‘A Chave’: nova edição do Coletivo Sibipiruna acontece neste final de semana, em Maringá

Uma nova edição do Coletivo Sibipiruna, intitulada ‘A Chave’, acontece em Maringá neste sábado (16) e domingo (17), na rua Joaquim Nabuco, 1167, Zona 4. O evento reúne diversas marcas e artistas de Maringá e região, que vendem desde itens de vestuário e acessórios até artesanato e comidas.

“É um desafio [organizar um evento deste porte]. A importância do projeto é dar voz e impulsionar empreendedores e negócios, que não tem esse espaço e oportunidades, de uma forma única, diferente e bem-humorada”, explica a ceramista Auri Meneguetti, uma das idealizadoras do Coletivo Sibipiruna, que foi nomeado em homenagem a uma das espécies de árvores mais comuns da Cidade Verde.

A ideia de fazer uma feira que reúne produtos de artistas locais e independentes surgiu a partir de experiências vividas por Auri e Marcos Verdeiro, seu parceiro no projeto. “Como tantos outros empreendedores, nós participávamos de feiras para comercializar e expor nossos produtos, mas observávamos que faltava maior visibilidade e que a economia criativa poderia ter mais espaço para potencializar as vendas e mobilizar toda a comunidade, agitando o consumo autoral e local. Foi aí que nos encontramos e, juntos, tivemos a ideia de criar e organizar uma feira que atendesse nossa expectativa e a de tantos colegas artistas”.

Em contramão ao fast fashion

Iniciativas como o Coletivo Sibipiruna são alternativas ao tipo de produção e consumo incentivado pelos modelos de negócio que seguem o padrão fast fashion: roupas e acessórios baratos — com preços que mal cobrem os custos de produção feita em larga escala e, muitas vezes, com mão de obra escrava —, materiais de baixa qualidade e peças criadas para serem descartáveis, o que causa impacto direto no meio ambiente.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a indústria da moda é responsável por entre 2% e 8% das emissões de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera, além de contribuir com a poluição dos oceanos.

Os malefícios do consumo desenfreado estimulado pelas redes de fast fashion, que tem a gigante chinesa Shein — que chega a produzir 10 mil novos produtos por dia — como seu maior expoente, não passam batido pelos consumidores. De acordo com uma pesquisa realizada pelo FFW, maior plataforma da indústria da moda no Brasil, em parceria com a DEZON, 73% dos entrevistados enxergam as práticas do fast fashion, como falta de transparência e problemas que atingem o meio ambiente, de forma negativa.

Apesar dessa rejeição, 21% das pessoas responderam que não deixariam de comprar em redes de lojas de fast fashion por conta do fácil acesso às tendências e dos preços mais baixos.

“São caminhos muito distintos e seguimos fortes no nosso propósito”, explica Auri sobre as diferenças entre o que é oferecido pelo mercado e a proposta da feira, realizada duas vezes por ano. “Ficamos muito felizes quando vemos, por exemplo, colaborações entre marcas do Coletivo Sibipiruna. Temos uma cadeia produtiva mais sustentável na produção e nas relações. Hoje, damos atenção para marcas que realmente tem produção local, e oferecemos a nossa expertise de um time que chega para somar. Queremos escolher marcas que estejam alinhadas com o nosso propósito, com estilo próprio, olhar para o novo, que seja autoral e cuja cadeia seja justa”, completa.

Primeira edição de 2024

Segundo a artista, a abertura do calendário do coletivo em 2024 será especial. “Trabalhar com pessoas e suas marcas locais, que possam não apenas compartilhar, mas somar e multiplicar a nossa visão é tão importante. Quando reunimos diversas marcas, de segmentos distintos, a gente entende que o cliente de uma marca pode vir a comprar de outra marca, de um produto completamente diferente. Desde o primeiro momento, está claro que juntos somos mais fortes. Caminhar de mãos dadas com nosso time sempre foi a nossa grande missão”.

Serviço
Coletivo Sibipiruna
Data: sábado (16), das 14h às 19h, e domingo (17), das 11h às 18h
Local: Rua Joaquim Nabuco, 1167, Zona 4
Entrada Gratuita