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Dia da Mentira: tradição de pegadinhas teve início com a instituição do calendário gregoriano

Celebrado mundialmente, o Dia dos Tolos tem como tradição a invenção de causos, histórias e mentiras. Saiba mais sobre a origem da data.

Dia da Mentira: tradição de pegadinhas teve início com a instituição do calendário gregoriano
Apesar da permissão lúdica no dia 1º de abril, a mentira pode se tornar hábito nocivo, degradar relações sociais e promover condições psicológicas como a mitomania. - Foto: Freepik

Celebradas no dia 1º de abril, as mentiras foram contadas durante toda a história da humanidade. Em excesso, às invenções compulsivas podem indicar transtornos psicológicos graves, além de trazer sérias consequências sociais. Mas no dia de hoje, o Dia da Mentira, elas são totalmente aceitas.

Algumas das teorias apontam que a tradição de 1º de abril teve seu pontapé inicial com a instituição do Calendário Gregoriano, que substituiu o Calendário Juliano por determinação do conselho ecumênico da Igreja Católica em 1582. Este é o calendário utilizado até os dias de hoje, dividindo o ano em quatro estações distribuídas ao longo de 12 meses, ou 365 dias, de acordo com o movimento da Terra em relação ao Sol e estabelece o primeiro dia do ano em 1º de janeiro.

Com a instituição do novo calendário, historiadores contam que parte da população francesa se revoltou contra a medida e se recusou a adotar o 1º de janeiro como início do ano.

Zombados pelo resto da população, os resistentes às mudanças eram convidados para festas e comemorações inexistentes no 1º de abril. Nascia assim a tradição de zombaria e de pregação de peças da data simbólica até os dias atuais.

No Brasil, a tradição foi introduzida em 1828, com o noticiário impresso mineiro “A Mentira”, que trazia em sua primeira edição a morte de Dom Pedro I na capa e foi publicado justamente em 1º de abril.

O impresso foi publicado pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.

Apesar da permissão lúdica no dia 1º de abril, a mentira pode se tornar hábito nocivo e degradar relações sociais. Em tempos de ampla difusão de conteúdos na internet, uma mentira pode ser considerada até mesmo fake news - notícias falsas ou com dados manipulados deliberadamente para enganar ou enviesar as conclusões do leitor - e ser punida legalmente.

Para o psiquiatra Ilton Castro, existem diferentes níveis de mentira: há aquelas que suavizam realidades e as que são usadas para usufruir benefícios em detrimento de outras pessoas. Há também a condição psicológica conhecida como mitomania, definida pelo uso compulsivo de mentiras.

"No jogo social, é normal mentir ou omitir alguma coisa, mas existem casos considerados sérios. A mentira aparece como um hábito. O mitomaníaco mente e acredita no que diz. A fantasia vira realidade e ganha enredos intermináveis. A mentira cresce", explicou o psiquiatra.

O uso exacerbado de mentiras pode indicar transtorno de personalidade e fragilidades psicológicas que necessitam ser trabalhadas, acrescentou.

Agência Brasil
Por Gabrielle Nascimento