Cada vez mais comum, internações por câncer de intestino batem recorde no Brasil
Cerca de 250 pessoas são internadas diariamente por complicações da doença; confira as orientações para prevenção e diagnóstico precoce.
De acordo com o Sistema Único de Saúde, cerca de 250 pessoas são internadas diariamente por complicações graves relacionadas ao câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal. O número, registrado em 2022, é o maior da década conforme dados da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).
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O levantamento alarmante indica que entre 2013 e 2022 foram 768.663 hospitalizações só no SUS para o tratamento da doença. Somente em 2021 foram 19,9 mil mortes pela doença. Os casos aumentam, em média, cerca de 5% a cada ano, sendo que houve crescimento de 40% em relação aos casos registrados em 2012 (14.270).
Ao longo da série histórica, em valores absolutos, São Paulo aparece como o estado com mais registros: 178.355 hospitalizações. Na segunda posição está o Paraná, com 108.296 ocorrências. Logo depois, aparecem Minas Gerais (105.441 casos), Rio Grande do Sul (78.140 casos) e Santa Catarina (48.995 casos).
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) projeta em 45.630 o número de novos casos de câncer de intestino no Brasil para o triênio de 2023 a 2025. Se tais projeções se confirmarem, de acordo com as entidades, a doença alcançará contingente superior a 136 mil pessoas no país. Segundo o Inca, o risco estimado é de 21,10 casos por 100 mil habitantes, sendo 21.970 entre homens e 23.660 entre mulheres.
O diagnóstico de câncer colorretal, entretanto, não é sentença de morte. Se não for bem tratado, pode, de fato, ter consequências sérias para o bem-estar do paciente. Mas, quanto mais cedo for descoberto, maior a possibilidade de intervenção e cura.
ORIENTAÇÕES DE PREVENÇÃO — A orientação é que, a partir dos 45 anos, todos devem procurar um médico para avaliar a saúde do intestino. Cerca de 90% dos casos de câncer de intestino têm origem a partir de um pólipo, tipo de lesão na mucosa do intestino que pode se transformar em câncer.
Em uma colonoscopia, por exemplo, esses pólipos podem ser retirados, prevenindo a doença. Em casos de histórico de família, é importante que a avaliação seja feita antes mesmo dos 45 anos. Essa investigação acontece, basicamente, por meio da realização de dois exames: a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia.
Outro alerta é que pessoas com doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn, têm risco aumentado para o câncer de intestino. Parte desses pacientes pode não apresentar qualquer tipo de sintoma nas fases iniciais da doença.
MARÇO AZUL — Ao longo de todo este mês, as associações médicas envolvidas no levantamento realizam uma campanha nacional de conscientização e prevenção do câncer de intestino chamada Março Azul. Em 2023, com o slogan "Saúde é prevenção. Cuide de você, evite o câncer de intestino", os especialistas chamam a atenção dos brasileiros sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento precoces.
Como formas de prevenir o surgimento de novos casos, as entidades alertam para o combate ao tabagismo, ao alcoolismo, ao sedentarismo, ao consumo excessivo de carnes vermelhas e a dietas pobres em fibras. Todos os fatores são considerados de risco para o desenvolvimento do câncer colorretal.