EDUCAÇÃO

Região sul apresenta a maior desigualdade de acesso à pré-escola do Brasil

Pesquisa da UNICEF e UNDIME mostra que o perfil socioeconômico afeta o ingresso das crianças na primeira etapa do ensino fundamental.

Região sul apresenta a maior desigualdade de acesso à pré-escola do Brasil
O sul do Brasil apresenta a maior desigualdade de acesso à pré-escola entre crianças pobres (85,5%) e não pobres (94,6%), uma diferença de 8,8%. - Foto: Freepik

Uma pesquisa realizada pela Fundação Cecilia Souto Vidigal, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), aponta que o sul do Brasil apresenta a maior desigualdade de acesso à pré-escola entre crianças pobres (85,5%) e não pobres (94,6%) do país, uma diferença de 8,8%.

Além das desigualdades regionais, estaduais e entre quem mora no campo e nas cidades, o estudo também mostra que crianças pretas, pobres e filhas de mães jovens de baixa escolaridade são as mais suscetíveis a não frequentar a pré-escola.

“As crianças pretas e pobres que não estão na pré-escola têm menos acesso a estímulos, interações, alimentação e segurança. Isso pode comprometer o desenvolvimento e impactar a progressão e a transição para as etapas de ensino sequentes, além de reproduzir desigualdades que atrasam o nosso país”, explica Maíra Souza, Oficial de Primeira Infância do UNICEF no Brasil.

A pandemia de Covid-19 fez o cenário de progresso dos últimos anos ser invertido. Até 2019, 94,1% das crianças brasileiras frequentavam a pré-escola. No sul, esse índice chegou a 93,6%. Apesar da pesquisa não ter acesso a dados concretos sobre os anos pandêmicos, uma análise foi realizada a respeito das taxas de matrículas durante o período e constatou-se que, apenas em 2021, houve uma queda de 275 mil matrículas.

A CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Mariana Luz, aponta que é necessário realizar um esforço coletivo entre a sociedade e o poder público para que as crianças tenham acesso à educação. “A queda dramática das matrículas dessas crianças na pandemia torna o cenário ainda mais preocupante e demanda uma ação coordenada das três esferas de governo com as famílias e as redes de ensino identificando e localizando essas crianças que não estão tendo seu direito assegurado”, afirma.

Maringa.Com
Por Vanessa Santa Rosa