SAÚDE

Dia Nacional da Vacinação: baixa adesão aos imunizantes preocupa especialistas

Além de colocar em risco a saúde de quem não se imuniza, a falta de vacinação pode fazer voltar doenças de fácil contágio que já haviam sido eliminadas, como a poliomielite.

Dia Nacional da Vacinação: baixa adesão aos imunizantes preocupa especialistas
O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS) contempla crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. - Foto: José Fernando Ogura/AEN

Nesta segunda-feira, 17 de outubro, é celebrado o Dia Nacional da Vacinação, data fundamental para alertar sobre a importância da imunização. Os índices de cobertura vacinal vêm caindo gradualmente em todo Brasil e essa baixa adesão por parte da população, além de colocar em risco a saúde de quem não se imuniza, pode levar ao surgimento de doenças de fácil contágio que já haviam sido eliminadas, como é o caso da poliomielite.

Com meta de imunizar 95% crianças menores de 5 anos, a campanha contra poliomielite atingiu apenas 72,5% do público estimado. Em recente campanha nacional, a estimativa era vacinar mais de 620 mil crianças em todo Paraná, mas o número de doses foi de aproximadamente 450 mil.

“Estamos com risco iminente da volta da poliomielite, e precisamos que as pessoas entendam a importância da imunização. Quanto mais pessoas vacinadas, maior a barreira que não deixa o vírus se espalhar”, alertou o secretário de Saúde, Beto Preto.

Programa Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS) contempla crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. Desde o nascimento até os 15 meses são ofertadas 13 vacinas. Adultos e idosos também devem atualizar a caderneta, pois muitas delas precisam de reforço nessa faixa etária. Para as gestantes são disponibilizadas doses para prevenir doenças como hepatite, tétano, difteria e o vírus da gripe H1N1 e Covid-19.

BAIXA COBERTURA – De acordo com o Ministério da Saúde, além da pandemia da Covid-19 ter agravado os índices de cobertura vacinal que já apresentavam queda há alguns anos, a percepção de inexistência de risco, somado ao medo de eventos adversos, às fake news e teorias anti vacinais são alguns fatores para essa queda vertiginosa.

“Percebemos que há uma nova geração de pessoas que não conviveram com os surtos e doenças preveníveis, o que traz a falsa sensação de segurança. O crescimento de grupos anti vacina e as notícias falsas sobre o tema também atrapalham para o aumento da cobertura vacinal”, completa a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes.

DADOS DA VACINAÇÃO NO PAÍS — De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal considerada ideal é de no mínimo 90% para a BCG e Rotavírus e de 95% para os outros imunizantes do calendário vacinal. No entanto, dados preliminares do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) revelam que a vacina da Hepatite B, que é aplicada logo após o nascimento, fechou o ano de 2021 com cerca de apenas 59%, e neste ano, até a presente data, registra cobertura de 64%.

Outra vacina que é aplicada logo ao nascer e protege contra a tuberculose, a BCG, registrou 80,79% em 2021 e neste ano o percentual mostra que cerca de 75% das crianças estão imunizadas. A Tríplice Viral, responsável pela proteção contra o sarampo, caxumba e rubéola, é aplicada aos 12 e 15 meses de idade e fechou 2021 com 85%, contra  71% de cobertura em 2022. 

Pentavalente, que é aplicada aos dois, quatro e seis meses e protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus Influenza marcou em 2021 aproximadamente 81% de alcance, contra 69% em 2022. A cobertura da segunda dose (D2) contra a Covid-19 está em 74% nas crianças; 85% nos adolescentes e 95% nos adultos elegíveis para a imunização.

Agência Estadual de Notícias