CULTURA

Mostra cultural em Maringá discute o preconceito e exclusão contra o corpo gordo

Programação do projeto 'Me chame de GORDA' reúne performances artísticas e culturais com oficinas e show de encerramento

Mostra cultural em Maringá discute o preconceito e exclusão contra o corpo gordo
A programação cultural e artística conta com a participação de mulheres pesquisadoras e parte do ativismo gordo. Na foto está a produtora do evento, a artista Aline Luppi. - Foto: Divulgação/Karol Satake

Tem início nesta sexta-feira (1º) e segue até o dia 23 de julho a primeira edição do projeto “Me chama de GORDA”, uma mostra que, por meio de uma programação artística e cultural, busca refletir e debater sobre temas como gordofobia, exclusão social, estigmatização, acessibilidade, empoderamento, feminismo e ativismo gordo. 

O objetivo é colocar o corpo gordo em evidência, promovendo discussões e reflexões coletivas e enaltecendo o trabalho de mulheres gordas de vários segmentos artísticos e cantos do país, dando voz a elas na luta anti gordofobia. A atração cultural é viabilizada por meio do Prêmio Aniceto Matti, edital da Secretaria de Cultura de Maringá

O nome da mostra vem da proposta de desviar a palavra “gorda” de seu uso comumente pejorativo e reivindicar o uso da palavra para definir apenas aquilo que ela representa: um tipo de corpo, sem a conotação positiva ou negativa, sem ser utilizada como uma ofensa ou xingamento.

O projeto conta com a participação de mulheres artistas, pesquisadores e ativistas que pensam, pesquisam e refletem estes temas em seus trabalhos. Aline Luppi Grossi, de Maringá; Jessica Balbino, de Poços de Caldas em Minas Gerais; Malu Jimenez, de Cuiabá no Mato Grosso e, para encerrar o projeto, o show da multiartista trans paulistana Jup do Bairro, ganhadora dos prêmios Multishow e APCA na categoria de Revelação do Ano em 2020. 

Multiartista paulista, Jup do Bairro. Foto: Divulgação

O projeto oferece diversas ações gratuitas à comunidade. Com uma programação de 20 dias, a mostra de vários trabalhos da artista Aline Luppi, que juntos formam a ação intitulada “Entre quatro paredes”, reúne pela primeira vez na mesma sala as performances/instalações “Soul dessas/Beija eu”, “Saindo do Forno”, “O que você anda engolindo?” e “[HIPO]Campo”; além de debate e o show de encerramento. 

A programação também inclui oficinas abertas ao público em geral e direcionada para estudantes adolescentes do Colégio Estadual Tânia Varella, ambas coordenadas por Jessica Balbino e Malu Jimenez.

Programação completa do projeto “Me chama de GORDA”. Foto: Divulgação

“Esse projeto é a reunião de oito anos de pesquisas e de vida, não só da minha, mas das vidas que se perderam e ficaram pelo caminho, das vidas que lutam a todo instante por um pouco de ar sem desistir. Poder realizar esse projeto é uma prova de que finalmente as pessoas estão compreendendo o que eu faço e a importância de se juntar à busca pelo reconhecimento das nossas existências, permitindo que pouco a pouco esse diálogo chegue cada vez mais a vida cotidiana”, comenta Aline. 

O projeto foi idealizado em conjunto pela performer Aline Luppi e a produtora cultural Rachel Coelho, da 2 Coelhos Comunicação e Cultura, que assina a coordenação de produção. Mais informações estarão disponíveis no instagram do projeto no @mechamade.gorda.

2 Coelhos Comunicação e Cultura