CULTURA

Companhia de dança realiza espetáculos em quatro casas de Maringá

Ao todo serão 16 apresentações e quatro oficinas realizadas em quatro casas e praças de diferentes regiões da cidade

Companhia de dança realiza espetáculos em quatro casas de Maringá
Em cena estarão os dançarinos André Miranda, Leonardo Fabiano e Ludmila Castanheira. - Foto: Divulgação/Aline Rodrigues

A partir do dia 21 de maio a CED – Cia Experimental de Dança estreia um novo espetáculo intitulado “Morada”. A proposta é revisitar um trabalho homônimo de vídeo-dança realizado em 2020, durante o isolamento social provocado pela pandemia. 

Naquela ocasião, cada performer preparou e gravou cenas em sua própria casa e o resultado foi exibido em uma mostra online. Com a retomada das atividades, o vídeo serviu de inspiração para a criação de um novo trabalho, mas desta vez em formato presencial.  

“Morada” não faz da pandemia o seu tema, mas contextualiza-se nas consequências que ela trouxe para a vida diária e para os fazeres artísticos nessas circunstâncias. O espetáculo de dança contemporânea traz inquietações individuais e coletivas dos intérpretes e convida a responder em conjunto perguntas como, por exemplo, de que forma os ambientes que ocupamos influenciam no modo como nos movemos. Há o desejo de partilhar as possibilidades criativas que os artistas têm explorado na intimidade de seus lares. 

Serão realizadas 16 apresentações ao vivo, em quatro residências diferentes e descentralizadas. São duas sessões por dia em cada local. Por serem apresentações com público limitado a 15 pessoas, a companhia optou por também transmitir as sessões via internet, fazendo lives nas redes sociais da companhia, já que cada cenário confere ao espetáculo um caráter único. Isso porque, em vez de edifícios teatrais com aparatos cênicos padronizados, será usada a estrutura oferecida por cada residência, considerando as peculiaridades e assimilando, na estrutura do trabalho, novas sequências coreográficas, cenas ou ações performativas a partir de dados específicos das casas. 

Em cena estão André Miranda, Leonardo Fabiano e Ludmila Castanheira, que também assina a direção deste trabalho, trazendo sua experiência como uma das organizadoras dos Festivais de Apartamento que aconteceram por aqui nos anos de 2015 e 2017 e por todo o Brasil ao longo de dez anos.  

“Alocar produções cênicas em ambientes alternativos, como casas e apartamentos, interessa não somente pelo caráter inventivo do feito, como pela partilha da experiência da casa enquanto lugar de aconchego. A escolha por nos afastar dos teatros da cidade configura-se como uma ação política de ampliação de acesso às artes da cidade. Mesmo ao ocuparmos residências que estejam próximas aos centros, estamos fazendo um convite a trocar com aqueles/as que não veem no edifício teatral um local de pertencimento”, explica a diretora.  

Em Maringá, a dança ainda não tem o hábito de ocupar casas, como fizeram a performance e o teatro. Em realidade, poucas vezes se viram trabalhos de dança ocupando outros espaços além do palco italiano, o que torna a experiência de “Morada” uma oportunidade e tanto.  

Este projeto é viabilizado por meio do Prêmio Aniceto Matti, da Prefeitura de Maringá / Secretaria de Cultura e também oferece atividades formativas em sua programação. Não há necessidade de inscrições prévias para as oficinas, apenas comparecer aos locais indicados e participar.

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