Apenas 13% dos jovens estão aptos para votar este ano; índice é o menor registrado na história

Faltam apenas 40 dias até o fim do prazo para cadastrar ou regularizar o título de eleitor - documento fundamental para  votar nas eleições presidenciais de outubro. Dentre as irregularidades para resolver até o dia 4 de maio estão a necessidade de atualizar nome, endereço e município onde votar (em caso de mudança de cidade).

Com o prazo chegando ao fim, o número de adolescentes aptos que ainda nem retiraram o título também chama a atenção da Justiça Eleitoral, apresentando o menor índice da história. 

De acordo com dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, pouco mais de 13% dos jovens de 16 e 17 anos possuem a documentação necessária para votar. Esse é o menor registro de adolescentes aptos para votar na história. Em 2018 o índice era de 25%.

Até o momento, cerca de 830 mil jovens brasileiros possuem o documento e, em 2018, no mesmo período, o número de jovens regularizados era de 1,4 milhão.

Em Maringá, cerca de 5 mil jovens com mais de 16 anos ainda não realizaram o cadastramento para adquirir o título de eleitor e, caso não o façam até o prazo final para regularização da cidadania, enfrentarão alguns obstáculos pela ausência da documentação. Quem não possui  título de eleitor é privado de se matricular na faculdade, conseguir um emprego de carteira assinada, tirar passaporte, abrir empresas e solicitar empréstimos. 

Se o título não for emitido até o dia 4 de maio, os jovens só poderão regularizar a situação eleitoral em novembro de 2022, após as eleições presidenciais de outubro. Serão aproximadamente 180 dias sem poder ter acesso a benefícios cidadãos, além de não exercer a democracia através do voto. 

O estudante Felipe Nunes, de 17 anos, está no terceiro ano do ensino médio e já está regularizado o com a Justiça Eleitoral. O jovem destaca que quer muito votar pela primeira vez, além de assegurar que consiga se matricular na universidade caso seja aprovado, em breve. “Eu estou bem ansioso para minha primeira vez como eleitor. Sempre acompanhei meus pais nas eleições e gostava de apertar o botão verde (risos). Além disso, eu não podia deixar de fazer o título e correr o risco de não conseguir me inscrever na faculdade. Fiz pela internet, foi super rápido. Em menos de 15 minutos eu já estava com o meu requerimento pronto”, relata.

O jovem ainda destaca que mais imposições deveriam ser estabelecidas para quem  não emite o título de eleitor. “A conscientização só vem quando as pessoas se sentem afetadas diretamente. Muitos não valorizam o poder do voto e a importância de fazer seu papel como cidadão, então acho que quanto mais restrições à quem não tem o documento, melhor”, finaliza. 

TÍTULO NET — Para emitir o documento é fácil e rápido. Basta acessar o site do TRE/PR e fazer o requerimento pela internet. Após acessar a página, clique em “Passo a passo - requerimento” e depois em “iniciar atendimento remoto”. Confira os documentos e informações necessárias (por foto ou digitalização): 

1. Foto tipo selfie do eleitor segurando documento de identificação com foto ao lado do rosto.
2. Foto ou digitalização da Frente (onde está a foto) do documento de identificação.
3. Foto ou digitalização do Verso (parte com dados) do documento de identificação.
4. Foto ou digitalização do comprovante de residência, que tem que estar em nome do jovem ou de seus pais.

Após apresentar os documentos e fotos necessárias, o eleitor preenche dados de contato, pois caso haja algum problema, o Cartório que receber o requerimento pode entrar em contato com o jovem para resolver pendências e finalizar o cadastro. É rápido e fácil.

CAMPANHAS DE INCENTIVO — Com o objetivo de encorajar os jovens a fazerem o título de eleitor, algumas campanhas foram desenvolvidas para conscientização. Uma delas foi o “Tuitaço” da Semana do Jovem Eleitor de 2022 realizado no Twitter. 

Promovido pelas contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e campanha chegou a diversos influenciadores digitais, organizações da sociedade civil, instituições públicas e privadas e até mesmo celebridades nacionais como Anitta, Giovanna Ewbank, Maísa e Larissa Manoela. 

Segundo dados da plataforma, no dia D da mobilização, em 16 de março, foram publicados cerca de 6,8 mil tuítes com esse tema, que chegaram às telas de mais de 88 milhões de pessoas. Mais de 4,7 mil usuários do Twitter participaram da iniciativa, fazendo suas próprias publicações ou retransmitindo as postagens feitas por pessoas a quem seguem.