Rússia inicia ataques na Ucrânia após aval do presidente Putin
Uma série de explosões, causadas por mísseis e outras armas, já são registrados
Vladimir Putin, presidente da Rússia, autorizou a primeira operação militar das tropas na Ucrânia, dando início à guerra. O anúncio foi feito ao mesmo tempo que o Conselho de Segurança da ONU estava reunido para debater a crise com emergência.
Uma série de explosões, causadas por mísseis e outras armas, são registradas não somente nas regiões de Donetsk e Luhansk, que foram reconhecidas como independentes por Putin nesta semana. A cidade de Kiev, capital da Ucrânia, também é alvo da operação militar. Vale ressaltar que a Rússia é a segunda maior potência militar do mundo, apesar de superar os Estados Unidos no número de ogivas nucleares.
"Tomei a decisão de conduzir uma operação militar especial. Nossa análise concluiu que nosso confronto com essas forças [ucranianas] é inevitável (...) Algumas palavras para aqueles que seriam tentados a intervir: a Rússia responderá imediatamente e você terá consequências que nunca teve antes em sua história", disse Putin.
O presidente russo ainda afirmou que as circunstâncias demandaram uma ação da Rússia e que a operação militar é para "proteger as pessoas". Além disso, alegou que qualquer derramamento de sangue será consequência do "regime de Kiev".
Segundo a Ucrânia, o país está cercado por cerca 190 mil soldados russos.
ENTENDA O MOTIVO DOS ATAQUES DA RÚSSIA NA UCRÂNIA
Vladimir Putin justifica a guerra alegando que a Ucrânia se aproximou demais da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança militar criada após a Segunda Guerra Mundial para fazer frente à extinta União Soviética.
Fazem parte do início da Otan países como Estados Unidos, França, Reino Unido e Canadá. No entanto, com o passar dos anos, a Otan passou a integrar outros países e hoje conta com 30 aliados. Apesar de ainda não ter sido integrada, a Ucrânia poderia entrar no grupo a qualquer momento e era considerada uma "parceira".
Em dezembro, Putin apresentou aos Estados Unidos e à Otan uma lista de exigências. Entre elas estava a garantia de que a Ucrânia nunca entraria na Otan, o que foi negado.
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Para Putin, a expansão da Otan até o país vizinho é uma ameaça à Rússia. Além disso, na visão dele, russos e ucranianos são só um povo devido à grande ligação. Para se ter noção, 93% da população do leste da Ucrânia fala russo. Já na parte oeste, apenas 5% seguem o idioma.
No discurso em que reconheceu duas regiões ucranianas como independentes, o presidente russo negou o direito da Ucrânia de existir para o ministro ucraniano na ONU (Organização das Nações Unidas).
Vale lembrar que a Ucrânia é um país que faz fronteira com a Rússia e que integrava a União Soviética.
PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS: RÚSSIA SERÁ CONDENADA
Em nota, o presidente Joe Biden, dos EUA, disse que está orando pela população da Ucrânia e que a Rússia vai pagar pelos ataques iniciados.
"As orações de todo o mundo estão com o povo da Ucrânia que sofre um ataque não provocado e injustificado das forças militares russas. O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano", disse Biden.
"A Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva. O mundo responsabilizará a Rússia. Estarei monitorando a situação da Casa Branca esta noite e continuarei recebendo atualizações regulares da minha equipe de segurança nacional. Amanhã, me encontrarei com meus colegas do G7 pela manhã e depois falarei com o povo americano para anunciar outras consequências", completou o presidente norte-americano.
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo ao presidente da Rússia. “Presidente Putin, em nome da humanidade, não permita que comece na Europa o que pode ser a pior guerra desde o começo do século”.