CULTURA

Projeto "Malditas" apresenta performances feministas e oficinas em Maringá

O projeto apresenta cinco performances com artistas de diferentes regiões do Brasil, além de oficinas que perduram até maio

Projeto "Malditas" apresenta performances feministas e oficinas em Maringá
A primeira atração é performada por Luanah Cruz, artista de São Paulo. - Foto: Divulgação/Carol Moraes

Começa em breve em Maringá a primeira edição da mostra de performance feminista "Malditas", idealizada e coordenada pela artista e professora Ludmila Castanheira, que também assina a curadoria. Entre os meses de fevereiro e maio cinco mulheres de regiões diferentes do Brasil virão para a cidade realizar ações formativas e expositivas, num projeto contemplado pelo Prêmio Aniceto Matti, da Secretaria Municipal de Cultura. 

As primeiras atividades são com as artistas Jaqueline Vasconcellos (BA) e Luanah Cruz (SP) e acontecem entre os dias 20 e 24 de fevereiro. Em seguida a mostra recebe as artistas Cássia Nunes (GO), Maria Léo Araruna (DF) e Betina Batista (AP). Haverá, também, a participação de artistas locais que ainda serão selecionadas e se apresentarão no mês de junho. 

A escolha por artistas mulheres tem a ver com o desejo da equipe de contribuir, ainda que modestamente, para a reparação histórica dentro do universo artístico em que se convencionou que homens produzam e mulheres assistam. 

“Auxiliadas por textos como o ensaio de Linda Nochlin ‘Por que não houveram grandes mulheres artistas?’ e ‘A tríplice negação das mulheres de cor artistas’, de Adrian Piper, nos organizamos em torno das noções de que o acesso à apreciação e práticas artísticas tem sido facilitada ou dificultada de acordo com o gênero de quem propõe. Quando, apesar deste contexto, mulheres produzem arte, esta é vista como irrelevante em seus temas e formas”, explica Ludmila.

A curadoria foi pensada a partir das vivências da proponente junto a eventos de performance dos quais participou como artista ou organizadora. Segundo ela, as mulheres artistas que vêm a Maringá têm como traço comum o fato de que seus trabalhos desobedecem aos papéis de gênero pré-estabelecidos, segundo os quais mulheres são dóceis, frágeis e subservientes. 

“Sabemos que, quando ousamos não corroborar com essas expectativas, o rótulo de ‘malditas’ nos sobrevém imediatamente. Disso decorre o nome da mostra. Todas as artistas que virão já foram vistas performando sua desobediência”, diz.  

Um dos objetivos do projeto é lembrar que existe arte e, especificamente a arte da performance, sendo produzida e consumida fora dos grandes centros urbanos e daquele que é considerado o eixo financeiro do país.

Além de Ludmila, a mostra também é produzida pelos performers Fernando Ponce e Leonardo Fabiano. Por serem os três professores, acreditam que arte e a educação caminham juntas e por isso a programação conta com oficinas ministradas por todas as artistas convidadas. 

Para participar destas atividades não será necessário se inscrever previamente, serão acolhidas todas as pessoas interessadas, com limite de vagas e observação da classificação indicativa.

Clique aqui e confira a programação completa do projeto “Malditas”. 

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