Sociedade Médica de Maringá se reúne para discutir medidas e evitar um possível colapso na saúde
Macrorregião de Maringá está com ocupação no limite de leitos para Covid-19.
Quase um ano após o primeiro caso de Covid-19 ser confirmado em Maringá, a cidade já ultrapassa a marca de 30 mil casos. Mesmo com um alto índice de pacientes já recuperados, Maringá passa por um momento crítico: o sistema de saúde está operando no limite. Atualmente, de acordo com o último boletim divulgado, 211 pacientes estão internados.
Segundo dados do boletim divulgado nesta quarta-feira (24), 132 pacientes estavam em leitos de enfermaria, outros 79 estavam em UTIs. Há também pacientes sob suspeita de contágio, totalizando 29 internados na cidade. A quantidade de casos graves nos últimos dias levou Maringá a atingir 100% da capacidade de leitos.
A macrorregião de Saúde também já atinge ocupação máxima. Na manhã desta quinta-feira (25), a Central de Regulação de Leitos da 15ª Regional de Saúde de Maringá informou que 19 pacientes aguardavam por uma vaga de UTI na região noroeste do Estado, composta por 115 cidades.Em sua totalidade, a região oferece 154 leitos de UTI pelo SUS para a Covid-19.
SOCIEDADE MÉDICA SE REÚNE - Na noite desta quarta-feira (24) uma reunião entre o Executivo com a participação de médicos associados, representantes de hospitais, planos de saúde, Conselho de Medicina do Paraná, OAB, Associação Comercial, Codem e Sinepe foi realizada para discutir a atual situação de Maringá e região.
A superintendente do Hospital Universitário, Elisabete Kobayashi, lembrou que a taxa de ocupação da instituição está em 100%, enfermaria e UTI. “Temos 50 pacientes na fila de internação. Aqueles que são internados permanecem de 1 a 2 meses e muitos, normalmente, vão a óbito. De 50 pacientes por dia, passamos a atender 200. É fundamental diminuir a transmissibilidade do vírus”, alertou.
Durval Francisco do Santos Filho, presidente da Unimed, disse que a situação está um caos. “O pessoal da linha de frente está estressado. A vacina deu uma aliviada, mas os cuidados não acabam. Existe o medo do desconhecido. Atendemos 800 pacientes por mês. Hoje, maioria é covid e com virulência agressiva. As festas continuam e é preciso conter isso. As pessoas estão angustiadas. Vai morrer gente em pronto atendimento, em casa, no carro”, previu.
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LEI SECA - Os médicos presentes na reunião destacaram a importância da proibição da venda de bebidas. Segundo eles, o álcool deixa as pessoas mais à vontade para desrespeitar as regras básicas do controle da pandemia e ainda aumenta o número de acidentes.
Ao final do encontro, a Sociedade Médica promoveu uma votação e os presentes ratificaram que é preciso adotar a lei seca. O prefeito Ulisses Maia disse que a equipe da Prefeitura vai se reunir para definir esta questão.
HOSPITAL MUNICIPAL DE MARINGÁ - O índice de ocupação do Hospital Municipal de Maringá está em 93% na UTI Vermelha - pacientes entubados - e 106% na UTI Amarela - pacientes suspeitos e pacientes com uso máscara de oxigênio.
De acordo com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, devido ao cenário crítico, as UPAs e UBSs do município poderão passar por mudanças no tipo de atendimento ao público que serão divulgadas até esta sexta-feira (26)
NOVOS LEITOS - Esta semana o Governo do Estado entregou equipamentos necessários para a abertura de novos leitos na região. Apesar disso, o número ainda não é suficiente para suportar a atual demanda.
“Conseguimos mais 5 leitos SUS de UTI no Hospital Santa Rita. Além disso, conseguimos habilitar mais leitos no Hospital Municipal, com equipamentos viabilizados da secretaria estadual de saúde. A região também ganha mais 20 leitos exclusivos para pacientes com covid no Hospital Metropolitano. Paralelo a isso, estamos tomando todas as medidas necessárias para proteger pessoas e vencer o mais rápido possível”, disse o prefeito Ulisses Maia em publicação nas redes sociais.