Entrevista com Homero Marchese, candidato à prefeitura de Maringá pelo PROS
A entrevista com Homero Marchese é a sétima da série de matérias com os prefeituráveis de Maringá
Ciente da importância do papel eleitoral de cada cidadão, o Maringa.Com realizou uma série de entrevistas com os candidatos e candidatas à prefeitura de Maringá. As entrevistas consistem em um questionário com 13 perguntas abordando diferentes aspectos e problemáticas da cidade. Confira as respostas do candidato Homero Marquese:
Nome de Urna:
Homero Marchese
Nome completo:
Homero Figueiredo Lima e Marchese
Data de nascimento:
15 de julho de 1983
Filiação (Partido):
PROS
Cargos políticos exercidos:
Vereador de Maringá e Deputado estadual do Paraná
Qual é a vocação de Maringá (turismo, indústria, educação, etc.) e qual será o foco para explorar e ampliar este perfil que a cidade possui?
O Macroplan 2047, um planejamento do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (CODEM) para quando a cidade completar 100 anos, selecionou quatro setores estratégicos na cidade a partir de sua atratividade e competitividade. São eles: desenvolvimento de sistemas e outros serviços de informação; saúde; intermediação financeira, seguros e previdência complementar; e educação. Somos competitivos e muito bons nessas áreas, que podem gerar empregos com maiores salários para a população e tributos para o Poder Público.
Esses setores-chave têm grande capacidade de irradiar efeitos positivos para as demais atividades econômicas desenvolvidas em Maringá, formando um círculo virtuoso na cidade. Para fomentá-los, vamos focar naquilo que prometemos para o desenvolvimento econômico da cidade: desburocratização, facilitação e apoio na geração de empregos no pós-pandemia.
Uma reclamação recorrente de quem mora na periferia é de que as ações governamentais ocorrem mais no centro. Se eleito, o que fará em prol da área periférica de Maringá?
É uma reclamação com fundamento. Não é possível enfeitar o centro e deixar os bairros desassistidos. Nos últimos anos, testemunhamos um péssimo serviço de zeladoria na cidade, com muito mato alto, buracos nas vias, lixo em canteiros, bueiros entupidos, etc. A sensação de abandono desanima e desvaloriza. Vamos ser bons donos de casa e dar à cidade o que ela merece: ordem e limpeza. É o mínimo que o Poder Público deve fazer. Também podemos – e por isso devemos -, levar atrações culturais e esportivas para nossos bairros. Os centros esportivos, por exemplo, outrora tão utilizados pela população (eu mesmo fiz natação e joguei muita bola nos centros esportivos em minha infância), estão em boa parte abandonados. Precisamos revitalizá-los.
Qual será o principal projeto cultural e como será realizado?
Temos vários projetos para o setor cultural, todos eles indicados em nosso plano de governo, disponível na internet. Gostamos muito da área, entendemos a sua importância para as pessoas e por isso consultamos vários especialistas ao elaborar o documento. Para resumir, entendemos que o mais importante, nesse momento, é fazer funcionar o sistema municipal de cultura, em especial tirando do papel o fundo municipal de cultural. O sistema será o guarda-chuva de nossas ações na pasta.
Também queremos facilitar a utilização de nossos teatros e prédios públicos para ensaios, apresentações e eventos culturais. O setor sofreu demais com a pandemia e precisará de apoio nesta retomada. Queremos ainda viabilizar algumas estruturas que Maringá há muito precisa, como um museu de arte, por exemplo, entre outras ações.
Nos últimos cinco anos, a população em situação de rua dobrou em Maringá. De acordo com a última pesquisa realizada pelo Observatório das Metrópoles, em 2019 o índice foi 27% superior ao ano de 2018 e muitos indivíduos estão nessa situação há menos de um ano. Como o município pode auxiliar para que essas pessoas saiam da situação de rua?
O problema da pessoa em situação de rua envolve, inicialmente, uma questão de saúde, causada por dependência química, depressão profunda ou problemas psiquiátricos. O que incialmente fere a dignidade da pessoa afetada torna-se com o tempo um problema social e, em seguida, de segurança pública. É importante, portanto, que o Poder Público atue, e aí, não tem segredo, é preciso trabalhar muito. Não podemos ver o número de cidadãos nessa situação aumentar continuamente, sob pena de ser cada vez mais difícil reverter a tendência.
O aumento na população em situação de rua em Maringá é visível e preocupa. É preciso atuar em 3 frentes: reconstrução dos laços familiares da pessoa afetada, internações em instituições para tratamento de dependência química e assistência psicológica e psiquiátrica. Nos dois últimos casos, o Poder Público precisa celebrar parcerias e contratações. No caso da dependência química, é preciso coibir, em parceria com as Polícias Militar e Civil, o tráfico de drogas e os traficantes. Não podemos achar normal o uso de drogas em nossas ruas, a menos que queiramos ver “cracolândias” espalhadas pela cidade, como aconteceu em outros locais.
Após dois anos consecutivos em primeiro lugar como a melhor cidade do Brasil, Maringá caiu de posição e se encontra em segundo lugar no ranking “Desafios da Gestão Municipal (DGM)” que analisa quatro setores fundamentais: saúde, educação, segurança e saneamento e sustentabilidade. Na sua opinião, quais medidas deveriam ser tomadas para Maringá recuperar a liderança?
A perda da posição é lamentável, especialmente pelo fato de que ela revela uma tendência. Há muito a ser feito na cidade para impedir que isso continue. Na educação, é preciso aumentar o número de vagas para crianças em creches. A fila aumentou muito porque a prefeitura foi incompetente e deixou de investir nessa área. Quando tentei divulgar o número de crianças aguardando uma vaga nesses estabelecimentos em Maringá, o que a própria lei manda a Administração fazer, a prefeitura respondeu com uma tentativa de cassação de meu mandato.
Também é possível melhorar a área de educação evitando que supervisoras e orientadoras de escolas sejam nomeadas por critérios políticos, assim como é possível reforçar o currículo de nossos alunos e a qualificação de nossos professores. Temos vários projetos nesse sentido em nosso plano de governo.
Na saúde, Maringá vive uma situação inédita, com falta de medicamentos em postos de saúde e longuíssimas demoras por consultas, cirurgias e procedimentos. Talvez seja a área mais mal avaliada da prefeitura hoje. É preciso trabalhar e melhorar a gestão. No saneamento, a prefeitura preferiu celebrar um contrato secreto com a Sanepar de R$ 32 milhões para indenizar galerias (quando o valor a receber era possivelmente bem maior), ao invés de cobrar, enfim, a instalação da rede de esgoto em bairros como o Maringá Velho e nos distritos de Floriano e Iguatemi, que em pleno século XXI seguem utilizando fossa séptica.
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Na sustentabilidade, é preciso reformular totalmente o sistema de coleta de resíduos, que mantém a cidade suja, recicla muito pouco e destina o restante para o aterro sanitário. Absolutamente nenhuma inovação nesse setor aconteceu nos últimos 4 anos. Enfim, há muito a fazer.
A pandemia do Coronavirus acarretou uma crise no mercado formal em Maringá. De acordo com dados do Ministério da Economia, cerca de 9,5 mil maringaenses solicitaram o seguro-desemprego entre abril e junho de 2020. Este foi o maior patamar trimestral da série histórica, desde o ano 2000. De que maneira a prefeitura poderia amenizar esses números e quais seriam as medidas adotadas?
Parte destes números negativos deve ser atribuídos à atuação do prefeito, que, na ânsia de mostrar serviço e encorajado pelo medo e a atenção das pessoas, decretou um lockdown de 30 dias em Maringá no mês de março quando ainda não havia circulação significativa do vírus aqui. Nós falávamos que isso ia desgastar física, mental e economicamente a população, e foi justamente isso o que aconteceu. Faltou razoabilidade, assim como faltou sensibilidade, quando, no mesmo período, o prefeito aumentou o próprio salario durante a crise.
Nosso plano de governo dedica muita atenção para essa área. Em primeiro lugar, queremos desburocratizar a Administração e facilitar a relação das empresas com o Poder Público, para que as empresas não se vejam impedidas de trabalhar ou crescer por exigências descabidas. Em segundo lugar, vamos desenvolver vários projetos para contribuir para o aumento do fluxo de caixa das empresas. Temos um projeto em que a prefeitura pagará os juros de empréstimos captados por trabalhadores informais e micro e pequenas empresas, enquanto eles forem adimplentes, a fim de permitir a manutenção de atividades econômicas. Queremos incentivar empresas da cidade a participar cada vez mais de licitações para a prefeitura e elaborar iniciativas para qualificar mão-de-obra e fazer a ponte com o setor privado.
Queremos unir iniciativa privada, universidades e Poder Público na pesquisa de solução de problemas comuns, envolvendo mobilidade, meio ambiente e saúde. Temos, por fim, que ter um programa de atração de investimentos para Maringá, que só funcionará se comandado por uma administração com credibilidade.
O Plano de Mobilidade de Maringá, o PlanMob, tem como principal objetivo estabelecer um trânsito menos poluente, com maior qualidade no transporte coletivo e viabilidade para o uso de bicicletas como meio de transporte. Considerando a realidade maringaense, quais destes fatores seria o principal obstáculo a ser superado para a implementação do PlanMob de modo efetivo?
O plano teve seus trabalhos afetados pela pandemia e ainda precisará ser finalizado. A sociedade precisa acompanhar de perto a elaboração do documento, para que ela tenha qualidade. Acredito que o maior desafio seja aumentar o uso do transporte coletivo, cujo número de passageiros decresce ano a ano por uma série de fatores, como a facilidade na aquisição financiada de motocicletas e carros, a difusão dos aplicativos de transporte e, é claro, a má qualidade do próprio serviço prestado, que faz as pessoas aguardarem muito e viajarem em más condições.
Aumentar o uso do transporte coletivo depende, necessariamente, do aumento da vantajosidade do sistema para o passageiro. É uma equação difícil e às vezes paradoxal que envolve aumentar o número de viagens de ônibus e o conforto dos passageiros e diminuir o preço da tarifa. Pistas exclusivas para ônibus, linhas interbairros mais eficientes que não passem pelo terminal e veículos menores para determinados trechos são soluções que indicam um bom caminho.
Na sua opinião, qual é o principal problema a ser resolvido em Maringá? E como pretende resolvê-lo?
Considerando que o principal problema é aquele que afeta o maior número de pessoas, a saúde pública ocupa o primeiro lugar. Como disse, a área tem testemunhado falta de medicamentos e demoras enormes para exames, consultas e cirurgias, o que é humilhante para as pessoas mais humildes e não pode permanecer. Vamos aplicar trabalho e gestão na solução do problema, utilizar a tecnologia para evitar redundâncias e facilitar a vida das pessoas, contratar exames, consultas e cirurgias e realizar mutirões sempre que possível para zerar filas.
CANDIDATOS – O intuito da série de entrevistas é fazer com que o público conheça um pouco mais sobre os candidatos, suas opiniões e propostas. Confira a data de postagem de cada matéria. A ordem estabelecida é alfabética:
Akemi Nishimori - PL (5 de outubro)
Anníbal Bianchini - PTC (6 de outubro)
Audilene Rocha - Progressistas (7 de outubro)
Carlos Mariucci - PT (sem respostas)
Dr. Batista - DEM (8 de outubro)
Eliseu Fortes - Patriota (9 de outubro)
Evandro Oliveira - PSDB (13 de outubro)
Homero Marchese - Pros (14 de outubro)
José Luiz Bovo - Podemos (15 de outubro)
Professor Edmilson Aparecido da Silva - PSOL (16 de outubro)
Rogério Calazans - Avante (17 de outubro)
Ulisses Maia - PSD (20 de outubro)
Valdir Pignata - Cidadania (21 de outubro)