QUARENTENA

Acadêmicos da UEM mantém contato com idosos pela internet

Acadêmicos da UEM mantém contato com idosos pela internet
Projeto de extensão da Unati aproxima universitários e idosos em época de isolamento - Foto: Divulgação UEM
Em tempos difíceis, o necessário isolamento domiciliar pode deixar os idosos tristes e carentes, porque são as pessoas que mais precisam ficar em casa quase que o tempo todo. Então, para não ficarem “sozinhos”, a Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e o projeto de extensão “Unindo Gerações”, desenvolvido com o Programa de Educação Tutorial (PET) da Enfermagem, estão em contato regular e a distância com os alunos da Unati, por meio de telefone e Internet.

Até o momento, estão envolvidos nesta versão remota do projeto de extensão 12 alunos do PET da Enfermagem e 30 idosos representantes de turmas da Unati. Em tão pouco tempo de acolhimento tecnológico, já que os contatos a distância iniciaram na semana passada, os atendidos já percebem resultados muito positivos.

“Para mim, é uma experiência nova e superagradável”, resume José Antonio Pichelli, 74 anos, sobre o contato remoto com uma aluna do PET. “Moro sozinho e ficar no confinamento não é fácil. Mas, agora estou tranquilo em casa”, responde com bom humor o aluno da Unati desde o ano de 2015.

Roberto Leme Batista, 61 anos, e na Unati desde o ano passado, tem conversado com o universitário Lucas Vinicius Lima (3º série de Enfermagem e aluno do PET) por meio de aplicativo de mensagens instantâneas. “Trocamos ideias e discussões políticas no contexto da COVID-19. Ele é um estudante preparado e tenho procurado contribuir com ele também. Sou professor universitário com formação em Letras, História e pós-graduações, continuo na ativa”, declara Batista.

Além do projeto de extensão “Unindo Gerações”, a Unati faz com que algumas aulas permaneçam remotamente. Ingrid Elise Bredow, 69 anos, é prova disto. Ela, que está na Unati desde sempre, ou seja, há uma década, continua com aulas de literatura da professora Terezinha Oliveira. “Conversamos em grupo on-line, é muito bom! Ela nos deu uma lista de títulos que têm a ver com o momento que estamos passando, e trocamos ideias. Isso nos deixa mais motivados para que tudo volte ao normal”, expõe Bredow.

ENVOLVIMENTO DOS ESTUDANTES – Danielle Gomes Barbosa Valentim, aluna da 4ª série de Enfermagem na UEM e membro do PET, decidiu se engajar nessa atividade “para poder levar companhia e descontração em meio a tanta dificuldade e solidão que o mundo está passando”. Como toda a sociedade é bombardeada por notícias ruins a todo momento, e os idosos são um dos grupos de risco do novo coronavírus, Valentim percebe que “além de isolados, sentem-se frágeis, com medo, ansiosos, e esse projeto os acalma por meio de educação em saúde, conversas e interação”.

Heloisa Gomes de Farias, também da 4ª série de Enfermagem e do grupo do PET, é mais uma dos 12 acadêmicos voluntários. “Tive muita receptividade e gentileza dos idosos, tivemos troca de experiências, compartilhamento de rotinas diárias, relatos de como eles se sentem nesse período e o que estão fazendo ou deixaram de fazer”. Para acadêmica da UEM, é “muito gratificante e enriquecedor” proporcionar este acolhimento.

ENVOLVIMENTO DE PROFESSORES – A professora Vanessa Denardi Antoniassi Baldissera, tutora do PET da Enfermagem, acredita que afastar-se socialmente de maneira repentina é algo estranho a todos. Não seria diferente aos idosos da Unati, “em virtude de todo o engajamento, interação social e vida ativa que têm dentro da universidade”. Por isso, ficou decidido “acolher esse idosos por meio da interação por telefone, vídeo e texto para diminuir a distância e a solidão, que é negativa para qualquer ser humano, especialmente aos idosos unatianos”.

De acordo com Paulo Lopes, coordenador geral da Unati da UEM, atualmente são atendidos 400 idosos. Em outros anos, chegou-se ao número de 500 (em 2020 não foi possível receber matrículas novas devido à pandemia). Em pouco mais de dez anos de Unati, pelo menos 2 mil pessoas da terceira idade já tiveram aulas na UEM. “A Unati reintegra o idoso à sociedade, porque muitos vêm com quadros de depressão, isolamento. Aqui passam por reinserção social, fazem um novo núcleo de amizades”. E como, devido à pandemia de COVID-19, os encontros presenciais ficaram temporariamente suspensos, Lopes aponta que as reuniões on-line “minimizam a solidão e servem para monitorá-los e ajudá-los”.

Universidade Estadual de Maringá