VIOLÊNCIA

Morte da bailarina Maria Glória resulta em manifestação de repúdio

A morte da bailarina Maria Glória Poltronieri Borges, de 25 anos, causou comoção geral na população de Maringá e região, principalmente o público feminino.

Morte da bailarina Maria Glória resulta em manifestação de repúdio
A comoção geral da cidade ainda deu espaço para uma homenagem com o projeto de dar o nome da bailarina ao Teatro Reviver. - Foto: Reprodução/Instagram

Magô, como era conhecida, havia tirado o final de semana do dia 25 para acampar em uma região de florestas próximo à Mandaguari. Com sinais de violência, o corpo da jovem foi encontrado próximo a uma cachoeira pelos familiares na tarde do dia 26. A investigação do crime segue em andamento.

Com mais um caso de feminicídio, as mulheres maringaenses se revoltaram com o assassinato e organizam um ato de repúdio à violência de gênero denominado ‘Nenhuma a Menos’. A manifestação está prevista para o sábado, dia 1º de fevereiro com concentração da Praça da Prefeitura às 16 horas. Uma reunião será realizada nesta quarta-feira às 18 horas no Restaurante Popular para organização do movimento. No evento oficial do Facebook, mais de 5 mil pessoas comparecerão ou possuem interesse.

“Diante das atrocidades que aconteceram em Maringá e região, como a morte à 25 facadas de Jaciara pelo próprio marido e agora o assassinato de Maria Glória, é necessário que a gente se posicione contra as violências e mortes de mulheres. Muito além de participar da manifestação, é importante nos mantermos atentas à medidas de proteção da mulher e conscientização no município para que isso não se repita” afirma a estudante Lorena Mendes, de 23 anos, que possui participação ativa em manifestações e movimentos em prol da segurança das mulheres.

NOME ETERNIZADO – Maria Glória, bailarina e estudante de artes cênicas, possui relação direta ao projeto Convite à Dança, realizado no Teatro Reviver pela prefeitura. Com essa ligação, e um nome não oficial do teatro, classe de artistas da região, especificamente Paolo Ridolfi, sugeriram que o nome da jovem de 25 anos seja dado ao local. A sugestão é que o espaço fique denominado como ‘Teatro Reviver Maria Glória Poltronieri Borges’.

A proposta, realizada de maneira informal em um grupo de WhatsApp – de acordo com o portal GMC – já foi protocolada no sistema da Câmara Municipal de Maringá pelo vereador Onivaldo Barris. A Secretaria de Cultura foi contatada e afirmou que apoia a iniciativa. O Legislativo está em recesso e retorna somente em fevereiro. Tiago Valenciano, presidente do Conselho Municipal de Cultura, afirmou que criará uma ação online a fim de dar mais força ao projeto.

VIOLÊNCIA DE GÊNERO – De acordo com o Atlas da Violência – desenvolvido pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública – em 2017 houve um crescimento considerável de homicídios femininos no Brasil. Foram cerca de 13 assassinatos por dia, sendo ao todo 4,93 mil mulheres mortas no país, um triste recorde desde 2007. No Paraná, o ano com mais casos de feminicídios registrados foi em 2010, com 338 mortes.

Em 2018, o portal de notícias do G1, divulgou um levantamento acerca do número de casos de violências contra a mulher. A pesquisa, englobando dados de todo o Brasil, aponta que os casos de agressão de 2017 para 2018 cresceram 10,74%, passando de 1.047 para 1.173.

SERVIÇO – Confira mais informações sobre o ato de sábado acessando Nenhuma a Menos.

Maringá.com