Na sessão ordinária desta terça-feira (3), os vereadores de Maringá aprovaram, por 10 votos favoráveis e 3 contrários, a Moção de Repúdio ao remanejamento de turmas do Ensino Médio noturno para diurno, a partir de 2020 estabelecido pelo Governo do Estado. O documento será encaminhado ao governador Ratinho Jr. alegando que a decisão poderá causar severo prejuízo aos estudantes que não têm como estudar pela manhã ou tarde. A justificativa do Estado é a evasão escolar que, ano passado, chegou a 3,6% em turmas do período diurno e 17,6% no período noturno.Na sessão desta terça-feira, os vereadores que apoiaram a Moção de Repúdio deixaram clara a preocupação no remanejamento de turmas do período noturno, além da falta de clareza envolvendo a portaria estadual, evidenciando a importância do ato documental a ser enviado para o Governo do Estado no sentido de propor maior diálogo na discussão sobre o tema "Educação" para com toda a população."O Estado precisa melhorar a educação, criar situações que motivem a criança, o adolescente e o adulto a procurarem um ensino regular de qualidade. Com melhor qualificação, o cidadão terá condição de produzir melhor e, consequentemente, alcançar o desenvolvimento pessoal e familiar. E esta proposta de remanejamento poderá dificultar a vida de muita gente que só tem o período da noite para estudar. Isso sem falar que a classe dos professores está perdida, sem poder se organizar para o ano que vem", argumentou o vereador Professor Niero, autor da moção, a qual recebeu a assinatura da maioria dos vereadores.Segundo informações do documento apresentado pelo vereador, algumas escolas, aparentemente, já não abriram as matrículas para novas turmas do período noturno no ano letivo de 2019. A Moção de Repúdio também destaca a possível redução do número de professores e servidores administrativos, já que o quadro de funcionários está diretamente relacionado à quantidade de alunos efetivamente matriculados.
Para o vereador Mário Verri, que assinou e votou favorável à moção de repúdio, falta clareza nos projetos na área da Educação no Estado. "A falta de oportunidade que os jovens têm, principalmente em cidades menores, também é preocupante. Se tirarmos a possibilidade de o jovem trabalhar e estudar, menos oportunidades ele terá. A moção serve como uma tentativa de repensar a portaria do Governo do Estado, para que toda a sociedade possa discutir melhor esse remanejamento no Ensino Médio."
ESCLARECIMENTOS – Diante da preocupação de toda a população do Estado e também da afirmação de alguns meios de comunicação sobre um possível término do Ensino Médio Noturno no Paraná, a Secretaria da Educação emitiu uma nota com diversos esclarecimentos e alertando para as chamadas
fake news a respeito do tema."O Ensino Médio noturno não será encerrado. O planejamento escolar prevê, para o ano letivo de 2020, 100 mil vagas para o período. Se houver necessidade de abertura de vagas para atender mais alunos, a Secretaria garante a oferta; Buscando democratizar o acesso ao Ensino Médio, a Secretaria ampliou a oferta de vagas para o período diurno, uma vez que em muitos municípios a única opção do estudante era cursar o noturno; Nas instituições de ensino em que há disponibilidade de espaço físico (salas de aulas ociosas) no período da manhã e/ou tarde, os alunos poderão optar pelo Ensino Médio diurno", consta na nota.