No primeiro bimestre deste ano a produção industrial paranaense liderou o crescimento no Brasil, com expansão de 10,3% em comparação com o mesmo período do ano passado. Com uma indústria moderna e diversificada, o Paraná ocupa lugar de destaque neste setor e segue atraindo empresas. Neste ano, a Klabin e o Grupo J. Macêdo anunciaram novas plantas, com investimento total de R$ 9,6 bilhões.Além de um programa de incentivos atualizado, posição geográfica e de mão de obra favoráveis, o Estado mantém as contas públicas equilibradas. “Nosso trabalho será no sentido de ampliar as condições de desenvolvimento do setor produtivo. Queremos agregar valor à produção estimulando novos investimentos, a inovação e modernizando o sistema logístico”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior.“Apesar de todos os percalços do Brasil, o Paraná construiu condições produtivas e fiscais para sair na frente quando a economia brasileira voltar a crescer”, acredita o professor de economia da FAE Gilmar Lourenço, ex-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).Para ele, o Paraná tem um parque industrial mais avançado que a média dos demais estados brasileiros. A chegada das montadoras trouxe grandes fornecedores para o complexo metalmecânico, agregando novas tecnologias ao segmento. No começo deste ano, por exemplo, a produção de máquinas e equipamentos cresceu 19,5%.O setor agroindustrial do Paraná é o maior e mais competitivo do Brasil, salienta Lourenço. As cooperativas se tornaram grandes empresas, fizeram fortes investimentos nos últimos anos, e o setor do agronegócio se modernizou ainda mais com a chegada e ampliação do parque madeireiro e da indústria do papel.
INVEJÁVEIS – Dois dos principais setores que sustentam a produção industrial, o automobilístico e o alimentício, apresentam números invejáveis no primeiro bimestre: o primeiro cresceu 28,8% nos primeiros meses deste ano e o segundo, 11,9%, conforme dados da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
“Enquanto a produção industrial brasileira registra queda. O Estado já apresenta sinais de recuperação com resultados robustos”, destaca o economista Evânio Felippe, da Fiep. “O começo deste ano é de fato promissor. É preciso, porém, avaliar o andamento das negociações em torno das reformas em discussão no plano nacional”, alerta Felippe.O Paraná também vive um momento de otimismo no setor de empregos, como revelam os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na quarta-feira (24). Apesar de ligeira retração em março, o Paraná segue entre os cinco estados que mais criaram empregos formais no Brasil no primeiro trimestre deste ano. No total, o Estado gerou 27.114 novas vagas no ano, o que representa variação positiva de 1,04%.
SAÚDE – Quarto lugar entre as economias estaduais – quase sempre empatando com o Rio Grande do Sul -, o Paraná vem obtendo bom desempenho em função de uma história iniciada há pelo menos 40 anos. Foram vários ciclos de industrialização. “Quando a economia brasileira entrou em recessão em 2014 o Paraná já tinha uma estrutura industrial mais avançada que a média, por ser uma indústria nova, e manteve o diferencial”, explica Gilmar Lourenço.A situação fiscal do Estado também ajuda a manter um clima positivo, o que acaba por influenciar a economia. O Paraná registrou no último fevereiro a dívida total de 20,1% da receita corrente líquida. A dívida do Rio de Janeiro é de 157,9% da receita, do Rio Grande do Sul chega a 138,3% e de Minas, 122,2%.Entre os Estados mais desenvolvidos, o Paraná tem a menor dívida, assim como o menor deficit público – 2% em relação à receita corrente líquida. O déficit da Bahia é de 2,7%; de São Paulo é de 3,6%; de Santa Catarina soma 4%, de Minas, 7%; do Rio Grande do Sul, 9,7% e do Rio de Janeiro, 12,4% da receita corrente líquida.