Apesar dos esforços da administração municipal para realizar a coleta de lixo, grevistas continuam fazendo piquetes e impedindo que o serviço, essencial, seja realizado. A atividade foi interrompida no início da semana passada, quando grevistas começaram a impedir que funcionários da Secretaria dos Serviços Públicos saíssem para realizar o serviço e continuou sem poder ser realizada ontem (12). Mesmo com a contratação de mão-de-obra temporária para a coleta, os grevistas impediram que os trabalhadores realizassem o serviço.Pela manhã, quando os motoristas da Secretaria dos Serviços Públicos tentaram retirar os caminhões do posto da Polícia Ambiental, onde eles estavam guardados desde a última sexta-feira (9), os piqueteiros impediram a saída dos veículos para o trabalho.Alguns deitaram no meio da pista para impedir o trânsito e o que se ouviu foram palavras de agressão contra os motoristas que estavam dispostos a trabalhar.Depois da chegada do oficial de Justiça Frank Marcos Sakiyama, que foi até o local para constatar o impedimento a um trabalho de caráter essencial, os grevistas informaram que permaneceriam até as 11 horas impedindo a saída dos caminhões.Apesar de terem liberado os veículos no horário prometido, carros de grevistas seguiram os caminhões de coleta e nos locais onde os coletores contratados aguardavam para iniciar o trabalho, os piqueteiros reiniciaram a mobilização, gritando contra os trabalhadores e impedindo que eles começassem a coleta. No bairro Cidade Alta, onde um dos caminhões tentava trabalhar, manifestantes tentaram esvaziar os pneus para impedir que o serviço fosse realizado.A Polícia Militar, que acompanhou o processo desde o início da manhã, registrou boletins de ocorrência para atestar o impedimento do trabalho. Os caminhões precisaram ser recolhidos na Secretaria dos Serviços Públicos e os coletores contratados temporariamente em caráter emergencial não puderam trabalhar.No período da tarde os coletores foram para a secretaria para, novamente, tentar trabalhar, porém os manifestantes cercaram o ônibus e sequer deixaram que eles desembarcassem. Os ânimos se exaltaram e, mais uma vez, os piqueteiros impediram o trabalho de coleta.As agressões verbais contra servidores que desejam trabalhar se repetiram.De acordo com o secretário dos Serviços Públicos, Diniz Afonso, a Prefeitura agirá dentro da legalidade.
“Os policiais estão registrando as situações e nós estamos trabalhando com fundamentação legal. Não queremos confronto, mas queremos evitar problemas de saneamento que poderão ser desencadeados com a falta da coleta de lixo”, destacou.Para o secretário as ações dos grevistas caracterizam desrespeito com a população: “são 320 mil pessoas que estão sendo prejudicadas pela greve.Por causa disso, hoje há 2 mil toneladas de lixo que precisam ser recolhidas”.Para normalizar a situação a administração contratou temporariamente 30 homens para realizar a coleta. Os motoristas e caminhões são da Prefeitura. “Pretendemos trabalhar em três turnos e os trabalhadores estão à disposição desde domingo (11)”, afirmou o secretário. No final da tarde, em reunião com a juíza Carmen Lucia Rodrigues Ramajo, representantes dos grevistas, da Prefeitura e da Polícia Militar, ficou definido que a partir de então, a multa de R$ 20 mil diários contra o Sismmar em caso de piquetes passa a ser de R$ 20 mil por ocorrência registrada por oficial de Justiça. Na semana passada a juíza havia expedido uma liminar determinando que os grevistas não impedissem o acesso aos prédios públicos.A multa, inicialmente, era de R$ 10 mil.No segundo dia de greve ela determinou que os grevistas permanecessem a uma distância mínima de 50 metros das portas de acesso de todos os prédios públicos municipais da administração pública direta e indireta, e aumentou o valor da multa por dia de descumprimento da lei de R$ 10 mil para R$ 20 mil.