CIDADE

Grevistas desobedecem determinação judicial

O segundo dia de bloqueio de centros de educação infantil, escolas, Prefeitura e outros órgãos municipais teve um número menor de participantes na manifestação.

Apesar da determinação judicial que estabeleceu o livre acesso aos prédios municipais, houve vários choques entre servidores que queriam trabalhar, piqueteiros e pessoas não ligadas ao funcionalismo público.

“Absolutamente chocante”.

Foi assim que o prefeito Silvio Barros definiu a condução da greve pelo Sindicato dos Servidores do Município de Maringá – Sismmar.

Durante todo o segundo dia de greve servidores que tentaram entrar no Paço Municipal, escolas e centros de educação infantil foram agredidos pelos manifestantes, embora uma boa parcela deles não tenha qualquer ligação com o funcionalismo público municipal.

Em centros de educação infantil foi explícito o abuso de força principalmente por piqueteiros que não são servidores municipais e muitos pais de alunos foram impedidos de deixar seus filhos nos locais.

Um dos centros que teve prejuízo foi o José Gerardo Braga, onde houve, inclusive, agressão física a pais de alunos.

De acordo com a mãe Patrícia dos Reis, "houve briga, empurrões e caso de mãe que teve que levar os dois filhos pequenos para o trabalho porque os grevistas não permitiram a entrada deles no centro".

Ana Paula Figueira, que tem três irmãos pequenos que estudam no local, contou que desde as 7 horas havia grevistas "tumultuando o centro.

Nós pagamos o salário deles e eles nos prejudicam com essa paralisação", reclamou.

No Paço Municipal a situação não foi diferente. Secretários e a chefe do Núcleo de Processamento de Dados – NPD, Flávia Fernandes foram agredidos ao tentar entrar no local para trabalhar, pela manhã.

A secretária da Educação Norma Deffune Leandro também foi vítima de agressão: "Ao tentar entrar no Paço, fui chutada pelos grevistas.

Estou muito aborrecida. Fui membro da diretoria do APP Sindicato e nunca concordei com agressões".

Na Escola Municipal Pioneira Jesuína de Jesus Freitas, foram cortados os cabos de telefone e energia elétrica.

"Corremos o risco de perder alimentos da merenda escolar por causa do freezer ter ficado desligado", contou a secretária.

Na mesma escola, ontem oito servidoras foram agredidas pelos manifestantes.

Elas denunciaram as agressões à polícia e à Secretaria da Mulher – SeMulher.

No final da manhã a juíza da 3ª Vara Cível, Carmen Lucia Rodrigues Ramajo, concedeu uma nova liminar favorável à administração municipal.

Por meio dos autos 431/06, a liminar determinou reintegração de posse dos prédios públicos municipais, proibindo terminantemente que o sindicato e demais grevistas continuem impedindo o acesso da população e servidores.

A liminar determinou também que os grevistas permanecessem a uma distância mínima de 50 metros das portas de acesso de todos os prédios públicos municipais da administração pública direta e indireta, e aumenta o valor da multa por dia de descumprimento da lei de R$ 10 mil para R$ 20 mil.

Apesar da determinação, a lei não foi cumprida.

As ações de agressão continuaram. A servidora da Educação, Marlene Lima Santos, há 17 anos trabalhando na Prefeitura, foi barrada pelos manifestantes quando retornava do horário de almoço.

Ela foi agredida pelos grevistas, que cercaram sua moto.

"Eles não queriam permitir minha entrada.

Fui mordida por um deles e só consegui entrar no Paço porque os servidores que estavam do lado de dentro me carregaram", contou, assustada.

O agressor foi reconhecido pela servidora e detido pela polícia.

A delegada da Mulher, Elza da Silva, de plantão ontem (6), foi quem registrou o Boletim de Ocorrência e o piqueteiro agressor, Bruno Cordoni, tem 22 anos é estudante do 4º ano de psicologia da Universidade Estadual de Maringá – UEM, ex-funcionário do Diretório Central dos Estudantes – DCE, e trabalha em uma pastelaria na avenida Tiradentes.

A também servidora da Educação, Taisa Beatriz Maia Stival também foi ferida pelos manifestantes ao tentar entrar no Paço no período da tarde e registrou queixa na Delegacia da Mulher.

Pmm