TRANSPORTE COLETIVO

TCCC pode perder concessão por dificuldade financeira

TCCC pode perder concessão por dificuldade financeira
“Não daremos um centavo a mais de reajuste”, disse o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, em entrevista à imprensa na manhã desta quinta, 13, referindo-se a tarifa do transporte coletivo, fixada em R$ 3,90. A empresa insiste em R$ 4,30. Diante da alegação da TCCC, de que reajuste menor da tarifa vai aprofundar suas dificuldades financeiras, a Prefeitura de Maringá vai interpelar judicialmente a empresa para que esclareça a situação.

Em carta aberta distribuído aos motoristas, que reivindicam reajuste de salários com base na convenção coletiva de trabalho da categoria, a empresa alega que opera com um rombo mensal de R$ 600 mil e para honrar compromissos com fornecedores e funcionários tem recorrido a empréstimos bancários. “Em função desse prejuízo, a empresa tem perdido sua capacidade de renovação da frota”, diz a carta.

“Não temos a mínima condição de aumentar o preço da passagem além do que já foi concedido, especialmente em respeito ao usuário do transporte coletivo”, reafirmou o prefeito. Caso a empresa não tenha a saúde financeira que assumiu ter no contrato de concessão assinado com o município, terá que devolver o serviço”, acrescentou o prefeito, reiterando que não admitirá sucateamento da frota e precarização do serviço por falta de investimento.

Caso as explicações da empresa confirmem situação financeira delicada, como sugere teor da carta distribuída aos motoristas do transporte coletivo e tornada pública esta semana, o município vai aplicar as penalidades previstas em contrato e não descarta rever o contrato de concessão. “Teremos motivos jurídicos para rescindir o contrato e fazer uma licitação para que uma, duas ou mais empresas explorem o serviço”, disse o prefeito.

Ulisses Maia reiterou que vai continuar a exigir melhorias contínuas no sistema de transporte coletivo, a exemplo do que já foi feito ano passado antes da concessão do primeiro reajuste dessa gestão. “Só concedemos o aumento após o cumprimento, pela empresa, de uma série de exigências”, lembra o prefeito. Entre as exigências estavam a instalação e wi fi e mais ônibus em linhas de maior fluxo para evitar superlotação,

O secretário de Gestão, Rogério Calazans, destacou que em nenhum momento a empresa procurou a administração para dialogar sobre as finanças da empresa, mas pautou seu diálogo com o município apenas no aumento da tarifa. “A situação da empresa, que diz recorrer a ′vultosos empréstimos bancários′ para manter suas atividades, com pagamento de fornecedores e funcionários, nos surpreendeu”, disse Calazans.