SAÚDE

Campanha de conscientização sobre doação de órgãos começa nesta sexta-feira (1)

Campanha de conscientização sobre doação de órgãos começa nesta sexta-feira (1)
O Paraná começa a partir desta sexta-feira (01) a campanha de conscientização sobre a importância da doação e transplante de órgãos: o Setembro Verde. Neste mês, o Sistema Estadual de Transplantes promove ações para destacar o tema junto à sociedade em parceria com hospitais, regionais de saúde e as quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) de Curitiba, Cascavel, Londrina e Maringá.

O objetivo é dar visibilidade aos desafios e estratégias envolvidos no processo de doação e transplantes de órgãos.

Entre as ações que fazem parte do Setembro Verde na capital paranaense estão a colocação de cartazes em ônibus, a iluminação na cor verde do Jardim Botânico e um evento no dia 27 de setembro para homenagear as famílias dos doadores e as instituições parceiras que divulgam o tema da doação.

Além disso, cada Organização tem sua programação própria, com eventos que incluem atividades culturais e passeatas.

“O Setembro Verde é uma oportunidade para incentivarmos ações que estimulem a doação de órgãos”, destacou o secretário de estado da Saúde, Michele Caputo Neto. Segundo ele, o Governo do Estado tem trabalhado nestes últimos sete anos para melhorar cada vez mais os números do Sistema Estadual de Transplantes, o que colocou o Paraná entre os estados com maior número de doadores efetivos no país. “Quanto mais ações neste sentido, melhores serão os resultados”, acrescentou.

BALANÇO – No Paraná, apenas este ano, já foram feitos 484 transplantes. Destes, rins e fígado lideram o ranking dos órgãos mais transplantados, com 274 e 151 procedimentos, respectivamente.

Entretanto, apesar dos números serem altos e colocarem o estado como segundo lugar no país com maior número de doações efetivas por milhão da população, de janeiro a junho deste ano a Central Estadual de Transplantes registrou 134 recusas de doações, ou seja, pessoas declaradas com morte encefálica e que seriam potenciais doadores, mas que a família não autorizou a doação.

A médica especialista em Medicina Intensiva, Luana Alves Tannous, explica que o transplante depende da doação. Para ela, o Paraná tem se destacado em comparação aos demais estados do país, mas é preciso estar sempre atento para que estes números não diminuam.

“Nos últimos sete anos os números de notificações e de doações de órgãos praticamente triplicaram no Paraná. Mas número de famílias que optam por não doarem os órgãos de seus familiares ainda é grande, o que acaba prejudicando todo o processo”, alertou Luana.

Ela lembra também que somente as famílias podem autorizar a doação, e quando potenciais doadores são detectados pelos hospitais um profissional da Central de Transplantes irá até a família explicar os detalhes da doação.

“É preciso lembrar que hoje, no Brasil, quem doa os órgãos é a família. Não adianta a pessoa deixar por escrito que tem a intenção de doar. Por isso, quando alguém decide ser doador, é muito importante comunicar sua família e deixar esta intenção clara”, enfatizou.