Em Maringá, de 2014 a 2016 foram notificados 96 casos de sífilis congênita em crianças com menos de um ano de idade. O crescimento foi de 69% comparado aos 4 anos anteriores quando foram notificados 14 casos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de casos notificados de sífilis em gestantes cresceu 20,7% entre 2014 e 2015. Já os casos de sífilis congênita, quando a infecção é transmitida da mãe para o bebê apresentou um aumento de 19% no último ano. O resultado indica uma taxa de 6,5% de casos a cada mil nascidos vivos.A doença que não escolhe idade, sexo, nem classe social é causada por uma bactéria e pode levar a problemas de fertilidade e até a morte, se não tratada. Grávidas com sífilis podem sofrer aborto espontâneo no primeiro trimestre da gestação ou terem bebês prematuros. A maior preocupação é com a transmissão de mulheres grávidas para os fetos, pois os bebês podem sofrer risco de malformações no sistema nervoso e lesões na pele. Em Maringá de janeiro de 2016 a julho de 2017, foram confirmados 128 casos de sífilis em gestantes. Desses, 92 são em gestantes com idade entre 20 e 34 anos. Na sequência, 21 casos confirmados em gestantes com idade entre 15 e 19 anos, 13 em mulheres com idade entre 35 a 49 anos e dois em gestantes na faixa etária entre 10 e 14 anos. O bairro com maior concentração de casos confirmados é o Jardim Alvorada, com 15 gestantes contaminadas. A Zona 7 vem em seguida com seis pacientes confirmados e depois o Conjunto Requião, com 5 casos. Para a gerente de Epidemiologia, Pricilha de Oliveira Dalberto, o não uso de preservativos é um dos fatores que pode explicar o aumento. “As pessoas precisam ficar mais atentas, pois o contágio ocorre por meio da relação sexual desprotegida e até mesmo por múltiplos parceiros”, disse. Em entrevista realizada pelos profissionais do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Maringá, nos últimos quatro anos, 53,03% dos entrevistados alegaram não utilizar o preservativo com parceiros fixos e 20,35% não utilizaram com parceiros eventuais.
Sífilis adquiridaSobre a sífilis adquirida, de acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde de 2014 à 2015, o aumento de casos foi de 32,7% no Brasil. Em Maringá, o crescimento foi de 72% em casos reagentes para sífilis, incluindo exames treponêmicos e não treponêmicos. Em 2016, segundo dados realizados apenas no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), dos 5.105 exames, 372 foram reagentes (doença ativa e cicatriz sorológica).
TratamentoA Secretaria de Saúde, por meio da Coordenação Municipal de IST/HIV/AIDS e Hepatites Virais, com o apoio da Vigilância Epidemiológica, segue intensificando as campanhas de prevenção e promoção para a comunidade no CTA e em algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS). O teste é rápido, gratuito, sigiloso e detecta doenças sexualmente transmissíveis (HIV, Sífilis, Hepatite B e C). O CTA é localizado na Policlínica Primo Marcelo Monteschio - Zona Sul, na rua Tabaetê, 396, Jd. Tabaetê. O horário de atendimento é de segunda a quinta, das 7h30 às 16 horas.