SAÚDE

Secretaria da Saúde alerta para cuidados com hepatites virais

Secretaria da Saúde alerta para cuidados com hepatites virais
Dados da Secretaria de Estado de Saúde mostram que desde 2007 os casos de hepatites virais vêm diminuindo no Paraná. Entretanto, os números ainda assustam. Nos últimos três anos, 9.557 casos de hepatite A, B e C foram registrados no Estado. A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 1,5 milhão de pessoas sofram destas doenças no Brasil e apenas 20% delas sabem que estão doentes.

“As hepatites virais representam uma importante questão de saúde pública. O Paraná oferece capacitações constantes aos profissionais de saúde e testes rápidos em eventos e nas unidades de saúde dos 399 municípios do Estado para identificar e tratar adequadamente essa doença”, destacou a superintendente de Vigilância em Saúde, Julia Cordellini.

As hepatites virais são doenças infecciosas causadas por vírus, os quais se alojam especialmente no fígado. Dentre os cinco tipos existentes da enfermidade, três são os que mais se destacam por seus efeitos sobre a população: A, B e C.

A hepatite A é a que tem o menor número de casos registrados. No Paraná foram apenas 43 em 2016. O baixo índice se dá pelo desenvolvimento dos programas de saneamento básico e melhorias nas condições de higiene, pois sua transmissão ocorre pelo contato com alimentos e fezes contaminadas.

Já as hepatites B e C são mais graves e a transmissão acontece pelo contato com secreções e fluidos corporais, por via parenteral – que vão direto na corrente sanguínea, como transfusões de sangue e compartilhamento de agulhas. No ano passado, o Estado registrou 1.728 casos de hepatite B e 1.222 de hepatite C, uma diminuição de 6,2% e 14,9%, respectivamente, na comparação com o ano anterior.

O coordenador do Programa Estadual de Controle das DST, Aids e Hepatites Virais, Francisco dos Santos, salienta que o vírus da hepatite B é um dos mais resistentes e, em situações normais de temperatura, pode sobreviver até uma semana na superfície de utensílios como agulhas e alicates de unhas.

“As hepatites B e C são as mais preocupantes. Ambas podem levar a problemas sérios como cirrose e câncer de fígado. É importante que as pessoas façam o teste rápido, que leva apenas 30 minutos para se ter o resultado e, caso seja positivo, procurem o mais rápido possível uma unidade de saúde”, afirmou Santos.

SINTOMAS – De modo geral, as hepatites virais são assintomáticas, ou seja, uma pessoa que esteja com a doença provavelmente não vai ter sintomas aparentes. Por isso, especialistas dizem que esta é uma doença silenciosa.

Entre os mais comuns estão febre baixa, fadiga, mal-estar, náuseas, dor abdominal, falta de apetite, icterícia (a pele fica com coloração amarelada), urina escura e fezes esbranquiçadas.

Dados do Ministério da Saúde mostram que atualmente cerca de 800 mil brasileiros possuem o vírus da hepatite B. Destes, 70% não apresentam os sintomas da doença e 5% a 10% das pessoas desenvolvem a forma crônica da hepatite B.

Estudos apontam que quando o tratamento é iniciado de maneira precoce, as chances de cura total estão entre 90% e 95% nos casos de hepatite B e entre 70% e 80% nos casos de hepatite C.

TRATAMENTO – O tratamento, feito com retro antivirais, varia de paciente para paciente, levando em consideração seu histórico de doenças e se possui alguma outra enfermidade. Os medicamentos são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.

Como prevenção, o Governo do Estado oferta ainda a vacina contra a hepatite B. Para a proteção contra esta doença são necessárias três doses com intervalos regulares. Desde o começo do ano, esta vacina não possui mais público prioritário e pode ser tomada por qualquer pessoa, independente de idade, sexo e condição de vulnerabilidade.