O Governo do Paraná está ampliando o programa estadual que fornece gratuitamente aparelhos de oxigenoterapia domiciliar pela rede pública de saúde. Implantado em 2011, o programa já atende 1.459 pacientes de todas as regiões do Estado. Ele beneficia pessoas que sofrem com problemas respiratórios e necessitam desse tipo de suporte para sobreviver.Por ano, o governo estadual investe mais de R$ 4,5 milhões no programa. São sete equipamentos que auxiliam o paciente no ato contínuo de respirar. “Com o programa, disponibilizamos aparelhos que permitem que o paciente receba alta do hospital e continue o tratamento em sua casa, com o apoio da família”, destaca o secretário estadual da Saúde em exercício, Sezifredo Paz.
POLÍTICA PÚBLICA - O superintendente de Atenção à Saúde, Juliano Gevaerd, explica que não é mais preciso entrar na justiça para ter direito a esses aparelhos. “Instituímos a oxigenoterapia domiciliar prolongada como uma política pública. Desta forma, o processo é administrativo e basta o paciente ter indicação médica para ser contemplado”, afirmou.Com a mudança, o número de pacientes beneficiados aumentou em quatro vezes. Há cinco anos, apenas cerca de 300 pessoas tinham acesso ao tratamento domiciliar fornecido pelo Estado.
VOLTA PARA CASA - Em algumas situações, há pessoas que dependem do equipamento 24 horas por dia. Este é o caso do aposentado Mário Machado da Cruz, de 78 anos, morador de Tijucas do Sul, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Ele conta que teve enfisema pulmonar e agora tem dificuldades para respirar sem o aparelho.”Fiquei quase 30 dias internado no hospital, 10 deles na UTI. Quase morri, mas depois me recuperei e fui liberado para voltar para casa por causa do aparelho de oxigênio”, relatou o aposentado, que utiliza o suporte de oxigenoterapia há dois anos.
No início, Mário tinha que usar um cilindro de oxigênio cedido pelo hospital municipal. Meses depois recebeu o primeiro aparelho do programa estadual, com toda tecnologia para dar mais mobilidade ao aposentado dentro de casa. Recentemente, em agosto, ele ganhou um novo equipamento, mais moderno e leve, ideal para sair de casa.“Nossa vida mudou com esses novos aparelhos. Ficou mais fácil para levá-lo ao hospital e à casa dos filhos”, disse a esposa Celina Vicente da Silva Cruz, responsável por cuidar do aposentado. Ela explica que a situação era muito difícil na época dos cilindros. “Tive uma lesão no braço por carregá-los de um lado para o outro. Eram muito pesados”, lembrou.
VIDA NORMAL - Outro exemplo do sucesso do programa do Governo do Estado é o de Liberaci Aparecida Rodrigues dos Santos, de 50 anos, moradora de Quatro Barras, também na RMC. Diagnosticada com apneia do sono, passou seis meses sem poder dormir. “No início meu marido percebeu que durante a noite eu parava de respirar. Ele me acordava sempre assustado. Depois de um tempo a doença piorou e não conseguia mais dormir. Foi uma fase muito difícil para mim e afetava também a minha família”, explicou.A dificuldade para dormir a impossibilitou de trabalhar. “Vivia cansada, de mau-humor, e comecei a ter dor de cabeça e problemas de audição, memória e atenção. Foi horrível. Só melhorou depois que recebi o concentrador de oxigênio e voltei a dormir. Hoje já levo uma vida normal e inclusive fui liberada para trabalhar”, comemora a auxiliar de entregas.
COMO TER ACESSO – O primeiro passo para solicitar os aparelhos é fazer uma consulta em qualquer unidade de saúde do SUS. De lá, o paciente é encaminhado imediatamente para realizar todos os exames e procedimentos indicados para comprovar a necessidade do equipamento.A partir daí, a secretaria municipal de saúde entra em contato com o Governo do Estado, que disponibiliza a tecnologia que melhor se adequa ao quadro clínico da pessoa.De acordo com a coordenadora da Divisão Estadual de Saúde da Pessoa com Deficiência, Raquel Bampi, não há custos para o paciente. “Tudo é fornecido gratuitamente e pelo tempo que for necessário para garantir melhor qualidade de vida ao cidadão. Isso inclui a manutenção técnica dos aparelhos”, declarou.