O Governo do Estado determinou a suspensão preventiva do cultivo, extração, pesca, venda e consumo de todos os moluscos bivalves procedentes do litoral paranaense. A medida vale apenas para ostras, mexilhões/mariscos, berbigões e vieiras e não atinge peixes, camarões e outros frutos do mar.O motivo é a confirmação da ocorrência do fenômeno “maré vermelha” nas baías de Paranaguá e Guaratuba, o que aumenta o risco de contaminação generalizada desses frutos do mar. A decisão foi tomada pelas equipes da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) e da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), após laudo laboratorial que confirmou a presença de microalgas e toxinas nocivas à saúde humana em amostras de água e ostras.“Trata-se de uma medida cautelar para evitar maiores problemas de saúde pública. Até o momento, não temos registro de casos de intoxicação alimentar relacionado a este fato, mas estamos acompanhando de perto para avaliar qualquer tipo de notificação”, afirmou a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira.
MARÉ VERMELHA – A maré vermelha se caracteriza pela concentração de algas que liberam toxinas no meio aquático. Essas substâncias são prejudiciais à saúde, podendo causar episódios de diarreia, vômito e dor abdominal. A intoxicação se dá através do consumo de animais marinhos contaminados, em especial os moluscos bivalves, considerados filtradores do mar.O chefe do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana, explica que a partir desta quarta-feira o Estado vai promover ações educativas para informar o comércio e a população sobre a medida, sobretudo no Litoral do Estado.
“Nossas equipes irão a restaurantes, mercados, peixarias, feiras-livres e demais estabelecimentos para explicar sobre a proibição. Além disso, as ostras e demais moluscos interditados serão retirados do comércio e inutilizados”, informou Santana.A orientação é que o consumidor fique atento e busque informações sobre a procedência dos frutos do mar que pretende adquirir. “É importante saber de onde veio cada produto, pois a proibição só vale para ostras e demais molucos bivalves oriundos do nosso Litoral”, afirmou.Historicamente, o fenômeno da maré vermelha também atinge o litoral catarinense. Interdição semelhante foi adotada pelas autoridades sanitárias do Estado de Santa Catarina no dia 26 de maio. Contudo, os níveis de presença de microalgas e toxinas já baixaram a limites aceitáveis, o que permitiu a liberação do comércio em diversas regiões.No Paraná, a liberação também ocorrerá assim que a situação seja considerada normal, sem riscos à saúde da população. “Vamos coletar mais amostras para verificar a qualidade da água e moluscos em várias áreas do nosso Litoral. A expectativa é que essas algas desapareçam e em breve poderemos autorizar a retomada da produção e comércio”, ressaltou o coordenador do Programa de Vigilância e Prevenção de Doenças em Animais Aquáticos da Adapar, Cláudio César Sobezak.O estudo técnico que embasou a proibição foi desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Adapar) em parceria com o Centro Estadual de Vigilância Sanitária. O trabalho também contou com a participação de representantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).