CULTURA

Filme “A Sangue Frio” será exibido neste sábado (25)

Filme “A Sangue Frio” será exibido neste sábado (25)
Longa-metragem tem classificação de 16 anos e a entrada é gratuita

O projeto Convite ao Cinema, da Secretaria Municipal de Cultura (Semuc), apresenta neste sábado (25), às 20 horas, o filme “A Sangue Frio”, do diretor Richard Brooks, no auditório Hélio Moreira, anexo ao Paço Municipal. O longa-metragem tem classificação de 16 anos e a entrada é gratuita a toda a comunidade. A orientação é que os participantes cheguem ao menos 15 minutos antes do início do filme. Após a exibição, o coordenador do projeto, Paulo Campagnolo, fará um debate sobre a obra.

Projeto

O Convite ao Cinema tem como objetivo a formação de plateia para obras cinematográficas importantes, clássicas e contemporâneas, e que possam suscitar discussões não apenas sobre o cinema, mas sobre assuntos pertinentes da atualidade.

Confira o texto do coordenador do Convite ao Cinema, Paulo Campagnolo, sobre o filme:

Há 50 anos Truman Capote (1924-1984) lançava “A Sangue Frio”, talvez o mais famoso “documento” do chamado New Jornalism, então em vigor nos Estados Unidos. O livro, “um romance não ficcional”, segundo seu autor, trata do caso Dick Hickock e Perry Smith que, em 1959, em Holcomb, Kansas, assassinaram inexplicavelmente quatro membros da família Clutter. Um crime que chocou a opinião pública e que movimentou o país inteiro nos dias que se seguiram à caçada dos bandidos. Capote foi até o local e reconstituiu, de forma precisa, todos os passos dos assassinos - entrevistando-os na prisão e se afeiçoando a eles, segundo consta - até o momento do cumprimento da sentença que ambos tiveram: a pena de morte. Em 1967, um ano depois, Richard Brooks (roteirista de “Paixões em Fúria” e ótimo diretor de filmes como “Sementes da Violência”, “Gata em Teto de Zinco Quente”, “Entre Deus e o Pecado”, “Lord Jim” e “Os Profissionais”) decide levar às telas a história de Capote num filme de absoluto rigor, realizado em tela panorâmica e em preto e branco, mas não destituído de polêmicas. Com dois atores basicamente desconhecidos, Robert Blake e Scott Wilson, em performances impressionantes, Brooks pintou de forma meticulosa o retrato de dois delinquentes de mentes estreitas, perdidos num mundo familiar sufocante e que cometem um crime atroz em nome de nada. Longe de glamourizar os dois personagens, Brooks parte para a postura política e reafirma, como já o fizera Capote em seu livro soberbo, a bestialidade da pena de morte. Tenso e sufocante, “A Sangue Frio” é um dos grandes filmes americanos da década de 60, época em que começavam a surgir novos olhares para o cinema.