O uso de simulador de direção nas aulas para candidatos à primeira habilitação e adição na categoria B, a partir deste ano, foi determinado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e deve ser cobrado a partir de julho no Paraná. Hoje, 156 centros de formação de condutores já oferecem as aulas e 291 autoescolas encaminharam projeto de instalação dos equipamentos.O Estado conseguiu junto ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) prorrogar o cronograma de instalação e permitir o compartilhamento dos simuladores.“Qualquer mudança de prazos depende do Governo Federal. Não é uma negociação que depende do Detran ou do Governo Estadual. O Paraná está tecnicamente preparado para cobrar as aulas, mas nossa preocupação é que as empresas se adequem e consigam implantar os simuladores de forma efetiva, sem prejuízo algum aos alunos e aos prestadores de serviço”, explica o diretor-geral do Detran PR, Marcos Traad.“A decisão pelo uso dos equipamentos é de abrangência nacional e cabe ao órgão estadual acatar as decisões proferidas pelo Denatran, que é o órgão máximo do Sistema Nacional de Trânsito”, completa ele. Traad, que ocupa a presidência da Associação Nacional dos Detrans, adianta que a entidade pediu extensão do prazo para a cobrança para todos os Estados brasileiros e aguarda decisão.
EMPRESAS - O credenciamento dos fabricantes e fornecedores dos simuladores é feito exclusivamente pelo Denatran e os Detrans dependem que estas empresas façam o cadastro nos Estados para que os equipamentos sejam fiscalizados. Atualmente, cinco empresas estão homologadas pelo órgão nacional e duas se cadastraram na autarquia paranaense. As demais também entraram em contato e demonstraram interesse em atuar no Estado, seguindo os trâmites legais necessários.Um levantamento do Detran junto às empresas já cadastradas apontou que 40 equipamentos devem ser entregues até o final deste mês e mais 200 em julho.
COMPARTILHAR – Com a possibilidade do uso compartilhado dos equipamentos, os empresários paranaenses encontraram uma forma de reduzir custos. Assim, um grupo de autoescolas pode dar aulas em um mesmo aparelho, dividindo os gastos com o aluguel do simulador e infraestrutura, por exemplo.
“Hoje nós temos 97 empresas que compartilham o uso dos aparelhos. É uma forma de economizar e evitar repasses aos usuários”, conta o Controlador Regional do Detran, Leonardo Napoli.Já existem Centros de simuladores em Arapongas, Curitiba, Francisco Beltrão, Pato Branco, Rolândia e Toledo, além de Foz do Iguaçu, com seis equipamentos para 20 Centros de Formação de Condutores, e Londrina, com sete equipamentos para 35 autoescolas.Para o empresário Paulo Aparecido de Souza, do Centro de Simuladores de Foz do Iguaçu, a união foi essencial para conter custos e evitar que o processo de primeira habilitação ficasse mais caro para os alunos. “A economia, nessa época de crise, é fundamental. Isso vale para os empresários e também para os clientes. Se cada autoescola adquirisse seu próprio equipamento estes gastos seriam muito maiores e ai teriam que ser repassar ao aluno”, ressalta.Os resultados, segundo ele, têm sido positivos. “Quando o candidato vai para via pública, depois de passar pelas simulações, o instrutor já sente a diferença. Muita gente nunca dirigiu antes de entrar no CFC, ou nunca teve experiência na chuva, na neblina. As respostas têm sido muito boas. No simulador ele pode errar, na rua não”, defende Souza.Para Natalha Beltrame, do CFC Comando, em Curitiba, o equipamento veio somar ao aprendizado. “O aluno já vem para aula prática com noções de comandos básicos, de freio, embreagem, até mesmo de espaço. Tem sido meio caminho andado quando ele vai para o carro na rua”, explica.
PEDIDO - Nesta quinta-feira (23), um grupo de autoescolas solicitou ao Governo do Estado a prorrogação do prazo até o final do ano. O Detran reforça que não tem base legal para determinar a extensão do cronograma, já que a decisão é federal. A autarquia destaca ainda que a obrigatoriedade foi discutida antes da determinação do Denatran.De acordo com o Detran-PR, o Paraná seguirá cumprindo a legislação e lembra que, caso o Denatran não prorrogue novamente a exigência, os candidatos que não passarem pelas cinco horas/aulas obrigatórias terão os processos bloqueados no Registro Nacional de Condutores Habilitados (Renach), que é de responsabilidade do órgão federal e sobre o qual o Detran não tem controle.