SAÚDE

Dieta sem produtos de origem animal pode poupar até US$ 31,8 trilhões e oito milhões de vidas

Dieta sem produtos de origem animal pode poupar até US$ 31,8 trilhões e oito milhões de vidas
Alimentação vegana

Economizar entre US$ 1 trilhão e US$ 31 trilhões por ano, poupar oito milhões de vidas até 2020 e reduzir as emissões de gases estufa em até 70% em trinta anos. Tudo isso é o que poderia acontecer se a população mundial aderisse ao veganismo, dieta que restringe todos os alimentos de origem animal. Os números superlativos são de estudo publicado por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Segundo os pesquisadores do Núcleo Especializado na Evolução da Alimentação Humana, a economia de até US$ 31 trilhões - cerca de 108.5 trilhões de reais - seriam referentes aos gastos em saúde pública com problemas decorrentes da má alimentação. Além do impacto econômico em pacientes, familiares e empregadores.

"Na maior parte do mundo, dietas pobres em frutas e vegetais e ricas em carnes vermelha e processada são responsáveis pelo maior fator de dano à saúde", disse Marco Springmann, que liderou o estudo, ao jornal britânico "The Guardian".

De acordo com Springmann, existe uma relação direta: quanto menor a produção e consumo dos produtos de origem animal, maiores os benefícios à saúde e ao clima.

Com menor criação de bovinos, um dos principais fatores responsáveis pelos gases-estufa, os benefícios ao planeta e à economia também seriam sentidos. Os cientistas calculam que seriam economizados US$ 570 bilhões com o corte dos produtos provenientes de animais.

Adaptação

Na teoria, o estudo apresenta uma boa alternativa para melhorar a saúde e conter gastos públicos. Mas, na prática, é difícil aderir ao veganismo, e de repente cortar alimentos como ovo, leite e pão. Até mesmo dizer não a um prato de estrogonofe.

Para Gabryella Batista, nutricionista da Aliança Oncologia, cortar a carne vermelha por um ou dois dias da semana já ajuda o corpo e o meio ambiente. "Grupos de defesa dos animais já criaram iniciativas como a 'Segunda-feira sem carne'. Se muita gente seguir esse passo, já é um início importante", avalia.

Batista explica que os benefícios à saúde ocorrem pois a alimentação vegana reduz o consumo de gordura saturada, evitando o aparecimento de doenças:

"Diabetes, obesidade, câncer, problemas cardiovasculares. Tudo isso se relaciona com o consumo de alimentos processados. O veganismo induz ao consumo de alimentos mais benéficos à saúde. A pessoa come mais leguminosas, frutas, vegetais, fibras", afirma.

Gabryella esclarece ainda que a ingestão de carne vermelha se relaciona com a ocorrência de câncer de intestino e estômago. "Carne vermelha e alimentos processados têm potencial cancerígeno. A metabolização da carne no corpo gera um ambiente ácido, que favorece o surgimento de células tumorais."