TRANSPORTE COLETIVO

Tarifa poderá chegar a R$ 3,50 caso seja atendida solicitação do sindicato

A Prefeitura de Maringá se manifestou nesta quarta-feira (17) sobre o indicativo de greve proposto pelo Sindicato dos Motoristas do Transporte Coletivo. O sindicato está fazendo assembleias reivindicando que a empresa concessionária (TCCC) conceda um valor de R$ 300 de vale alimentação a cada funcionário.

Segundo o secretário de Trânsito e Segurança, Fábio Ribeiro, caso seja atendida a solicitação do sindicato, a tarifa do transporte coletivo poderá chegar a R$ 3,50. “Precisamos antes de mais nada avaliar o impacto na tarifa do transporte coletivo. Temos que pensar que essa mudança pode impactar em um aumento de R$ 0,50 na passagem”.

O contrato de prestação de serviço entre a Prefeitura e a empresa concessionária do transporte coletivo determina que qualquer elevação de custo no transporte implica em reajuste ou revisão tarifária e repasse ao usuário. E que a data-base, quando é reavaliado o custo de transporte coletivo, ocorre sempre no mês de junho.

“Conforme exposto, a concessão de qualquer benefício, além daqueles já previstos, resultará no aumento do valor da tarifa, o que não seria apropriado nas atuais circunstâncias, principalmente considerando a fase atual de desaquecimento da economia e de aumento de desemprego”, justifica o secretário.

De acordo com a empresa concessionária do transporte coletivo, os funcionários já recebem uma cesta básica, que está prevista nos Acordos Coletivos, ou seja, já existe um benefício relativo à alimentação e tem sido aplicada uma taxa de reajuste nos salários deles de 10% ao ano desde 2011.

A Prefeitura reconhece que a concessão da cesta básica não é motivo para impedir o pleito do Sindicato quanto ao vale alimentação, mas em vista de impossibilidade de se aumentar os custos do sistema e o consequente reajuste da tarifa, não é possível viabilizar a concessão desse novo benefício.

O secretário também ressalta que o município sempre leva em consideração os pleitos do sindicato. Nas últimas datas-bases foram autorizados reajustes bem superiores aos níveis inflacionários, o que demonstra a boa vontade de reconhecer a necessidade de melhoria dos funcionários da categoria, conforme demonstração na tabela.

“Levando em conta os dados nesse período de 5 anos, os funcionários da categoria tiveram um ganho real acumulado de 15,98%”.

Reajustes

A Prefeitura também tem buscado encontrar alternativas para minimizar os reajustes tarifários. Uma dessas ações consiste em realizar desonerações na tarifa, promovendo ajustes no sistema operacional, como, por exemplo, redução de quilometragem.

Também estão sendo adotadas outras medidas para que o preço da passagem não seja elevado, considerando que já tem um valor representativo para os passageiros. Lembrando que a cada ano o número de passageiros vem sendo reduzido de forma significativa, fato que por si só traduz em elevação da tarifa, pois, mantido o custo do sistema, quanto menor o número de passageiros, maior é o valor da tarifa.

Por essa razão, inclusive, a Prefeitura tem otimizado a quantidade de viagens e da frota operante como forma de equilibrar os custos, de maneira que o reajuste da tarifa se dê exclusivamente pela elevação natural dos custos (correção inflacionária dos preços) e não pela redução do Índice de Passageiros Quilômetros (IPK).

Somente com medidas desta natureza o Município poderá manter a tarifa em níveis razoáveis, não permitindo que o valor se eleve a patamares que inviabilizem a utilização do transporte coletivo pela população usuária, geralmente com menos condições econômicas.