A população acima de 60 anos no Paraná viu o seu rendimento médio real habitual crescer 11,6% acima da inflação no último ano. É o que revelam os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) trimestral, do IBGE, compilados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).A renda mensal dessa faixa etária passou de R$ 2.277 no terceiro trimestre de 2014 para R$ 2.542 no mesmo período do ano passado (último dado disponível). Conforme a pesquisa, o rendimento médio também é o maior do Sul: em Santa Catarina é de R$ 2.308 e no Rio Grande do Sul, de R$ 2.294.No Sul e no Sudeste, o Paraná foi o que teve a maior expansão de renda entre os idosos, comportamento que também contrastou com o que o ocorreu em termos nacionais. No Brasil, o rendimento médio dos idosos encolheu em 1,28% em termos reais (já descontada a inflação) na mesma base de comparação. Passou de R$ 2.342 para R$ 2.312.A secretária do Trabalho e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, afirma que o Governo do Paraná faz um trabalho de reinserção da pessoa idosa no mercado de trabalho, como parte das ações de promoção e proteção que constam no Plano Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa do Paraná, lançado em 2014.Os idosos são um grupo prioritário para as ações de intermediação de mão de obra desenvolvidas nas 220 agências do Trabalhador no Estado.“Para esta reinserção buscamos privilegiar suas habilidades e competências, garantindo sua permanência no mercado de trabalho. Com isso, é possível melhorar a qualidade de vida, aumentar a autoestima e fortalecer o sentimento de capacidade e produtividade”, diz Fernanda.
De acordo com a projeção do IBGE, 8,52% da população paranaense, estimada em 11,1 milhões de pessoas, tem mais de 65 anos. A previsão é que essa população responda, em 2030, por 15,13% da população total no Estado.
DESEMPREGO MENOR - O aumento da renda dos idosos coincide com taxas mais baixas de desemprego para essa faixa da população. Os dados da PNAD mostram que a desocupação para pessoas com mais de 60 anos estava, no terceiro trimestre de 2015, em 1,8%. A média geral no Estado foi de 6,1% no período.“Os dados revelam que mais pessoas idosas estão empregadas e que a procura por essa mão de obra vem também influenciando o rendimento”, diz Julio Suzuki Júnior, presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).Uma combinação de fatores ajuda a explicar esse movimento. Do lado da pessoa idosa, há o desejo de se manter mais ativo, ocupar o tempo e aumentar os rendimentos. Por outro lado, as empresas buscam a estabilidade, comprometimento e a experiência, que são características da população dessa faixa etária.“A rotatividade no emprego entre as pessoas idosas é menor, ao contrário do que ocorre com os jovens, que ainda estão buscando um rumo para a carreira e sua consolidação no mercado e por isso trocam mais de emprego”, diz Suzuki Júnior.