1. O que é a febre por Vírus Zika?O vírus Zika é um arbovírus (grande família de vírus), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti. É uma doença viral caracterizada pelo quadro clínico de febre, presença de manchas vermelhas e coceira na pele, olhos vermelhos (sem coceira e sem secreção), dores musculares e nas articulações.
2. Como é transmitida?A principal via de transmissão é por meio da picada de mosquitos Aedes aegypti. Após um período de incubação (período entre a picada do mosquito e o início de sintomas) de aproximadamente quatro dias, podem surgir os primeiros sinais e sintomas.
3. Quais são os principais sinais e sintomas?Os principais sinais e sintomas incluem manchas vermelhas e coceira na pele, febre, olhos vermelhos (sem coceira e sem secreção), inflamação ou dor nas articulações, dor muscular, dor de cabeça e dor nas costas.Com menor frequência, há relatos também de inchaço, dor de garganta, tosse e vômitos. Segundo a literatura, apenas 18% das pessoas apresentam manifestações clínicas da doença. Geralmente os sinais e sintomas duram de 2 a 7 dias.
4. Qual o prognóstico?Não havia conhecimento científico acumulado no mundo sobre zika vírus. Agora, diante dos recentes achados científicos, a orientação é tratar zika como dengue grave. A comunidade científica ainda estuda como a doença evolui e como leva ao agravamento.
5. Há tratamento ou vacina contra o Zika vírus?Não há vacina contra o Zika vírus. O tratamento é sintomático e baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) para febre e dor, conforme orientação médica. Não está indicado o uso de ácido acetilsalicílico e drogas anti-inflamatórias devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas, como ocorre com a dengue. Orienta-se procurar o serviço de saúde para orientação adequada.
6. Quais as medidas de prevenção e controle?As medidas de prevenção e controle são semelhantes às da dengue e chikungunya – a eliminação dos criadouros do mosquito transmissor. Todo e qualquer recipiente que possa acumular água deve ser eliminado de forma adequada.Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporciona alguma proteção às picadas dos mosquitos e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Repelentes podem ser aplicados na pele exposta ou nas roupas.
7. O que é a microcefalia?Trata-se de uma má formação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é igual ou superior a 32 centímetros.
8. Quais as causas desta condição?Essa má formação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
9. Já há confirmação que o aumento de casos de microcefalia no Brasil é causado pelo vírus Zika?O Ministério da Saúde confirmou no sábado (28/11) a relação entre o vírus Zika e o surto de microcefalia na região Nordeste. O Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames realizados em um bebê nascida no Ceará com microcefalia e outras má formações congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika.A partir dessa descoberta, o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial.As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.
10. A microcefalia pode levar à morte ou deixar sequelas?Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.
11. Como é feito o diagnóstico?Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas após o nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas.
12. É possível detectar a microcefalia no pré-natal? Apenas a ultrassonografia é suficiente?Sim. As gestantes devem manter toda a rotina do pré-natal (exames, avaliação clínica e orientações de rotina), além de verificar a medida do perímetro cefálico do feto no exame ultrassom.Toda gestante com diagnóstico ultrassonográfico de microcefalia fetal intraútero deverá ser estratificada como gestação de alto risco e ser encaminhada para acompanhamento no serviço de referência da Rede Mãe Paranaense de Gestação de Alto Risco da sua região.
13. Qual o tratamento para a microcefalia?Não há tratamento específico para a microcefalia. Existem ações de suporte que podem auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança, e este acompanhamento tem protocolo definido na Rede Mãe Paranaense. Como cada criança desenvolve complicações diferentes - entre elas respiratórias, neurológicas e motoras – o acompanhamento por diferentes especialistas vai depender das funções que ficarem comprometidas.Estão disponíveis serviços de atenção básica, serviços especializados de reabilitação, os serviços de exame e diagnóstico e serviços hospitalares, além de órteses e próteses aos casos em que se aplicar.
14. Quais estados estão apontando crescimento de casos de microcefalia acima da média?Até 5 de dezembro de 2015, foram notificados ao Ministério da Saúde 1.761 casos suspeitos de microcefalia, identificados em 422 municípios, em 14 Estados. Ressalta-se que todos os casos notificados se enquadraram na definição de microcefalia nos bebês que apresentam perímetro cefálico igual ou menor a 32 centímetros, tratando-se de casos suspeitos e que ainda precisam ser investigados e classificados. Entre os casos foram notificados 19 óbitos suspeitos – 17 em estados da região Nordeste (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e dois no Rio de Janeiro.
15. Há registro de ‘surtos’ de microcefalia em outros países?Até o momento, a comunidade científica não havia registrado casos de microcefalia vinculados ao Zika Vírus em países com circulação da doença. Até 5 de dezembro de 2015, o Paraná não registrou aumento no número de casos de microcefalia e os casos registrados (quatro) não têm vinculação com o Zika Vírus.
16. Qual período da gestação é mais suscetível à ação do vírus?De acordo com os casos relatados até o momento, as gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia tiveram sintomas do vírus Zika no primeiro trimestre da gravidez. Mas o cuidado para não entrar em contato com o mosquito Aedes aegypti é para todo o período da gestação.
17. Neste momento, qual é a recomendação para as gestantes?- Fazer acompanhamento com consultas de pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico;- Não consumir bebida alcoólica ou qualquer tipo de droga;- Não utilizar medicamentos, principalmente controlados (antidepressivos, anticonvulsivantes e ansiolíticos) sem a orientação médica;- Evitar contatos com pessoas com febre, rash cutâneo ou infecções;- Se houver qualquer alteração no estado de saúde da mulher, principalmente até o 4º mês de gestação, comunique o fato ao profissional de saúde para as devidas providências no acompanhamento da gestação;- Adotar medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças (Aedes aegypti), eliminando os criadouros – retirada de recipientes que tenham água parada e cobertura adequada de locais de armazenamento de água;- Adotar medidas de proteção contra mosquitos com manutenção de portas e janelas fechadas ou utilizar redes de proteção, usar calça comprida e camisa de manga longa e epelentes indicados para gestantes (ex. Icaridina exposis, DEET adulto 15% e IR3535).