Maringá vivencia um fenômeno comum nas grandes cidades. A expansão urbana reduziu os espaços verdes e limitou as áreas disponíveis para os animais, que passaram a aparecer em locais inesperados. Essa busca por novos nichos se tornou perigoso por diversos fatores, como atropelamentos e eletrocuções, principalmente dos saguis, corujas, macacos prego e muitos outros que vivem, em sua maioria, nos arredores do Bosque 2.Este mês, um Sagui do Tufo Branco foi atropelado nas proximidades da Unicesumar, recolhido pelos funcionários e levado até o Hospital Veterinário da instituição. O animal sofreu fratura completa de mandíbula e, segundo a veterinária Jussara Leonardo, a recuperação foi uma surpresa. "Eu achava que ela não fosse sobreviver. Estava muito machucada e jamais conseguiria comer se não fosse a cirurgia. Nós tivemos de fazer uma cerclagem com fio metálico para aproximar os ossos da mandíbula e, agora, ela está bem", afirma.
Para a veterinária, o aparecimento de animais silvestres nas cidades é fruto da necessidade de buscar alimentos. "Eles têm nichos que são os parques, onde têm alimentação e ambiente propício. Mas com o aumento da população e a degradação desses lugares, há a necessidade de buscar comida para a sobrevivência. Além disso, muitas pessoas dão outros tipos de comidas a eles e, claro, vão sair para buscar mais e acabam se ferindo". Jussara acrescenta, ainda, que esses animais são da nossa fauna e não podem ser presos em casa e nem serem mantidos com alimentação inadequada.Quando os animais saem em busca de alimentos, o trânsito é um dos maiores obstáculos, mas, de acordo com a veterinária, outra causa de morte dos saguis em Maringá são os fios elétricos dos postes. "Eles saem dos bosques e se locomovem pelos cinturões verdes, que são aqueles corredores de árvores, mas quando não há árvores próximas umas das outras, eles pulam nos fios e são eletrocutados", diz.Jussara ressalta que é fundamental socorrer os animais buscando ajuda veterinária o mais rápido possível. "Na maioria das vezes a Força Verde já os coleta mortos, mas muitos, como a sagui que socorremos, podem sobreviver. Fica aqui o meu apelo para que as pessoas não os alimentem, assim, não buscarão comida nas casas, diminuindo as mortes", afirma.