A fábrica do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) em Maringá que vai produzir o Bevacizumabe, oncológico usado no tratamento do câncer, pode incluir na sua linha de produção outros dois medicamentos – o Adalimumabe e Infliximabe. O instituto concorre para se tornar o fornecedor oficial destes produtos ao Ministério da Saúde e, caso vença a concorrência, vai produzir estes biológicos na mesma unidade.O diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix, se reuniu nesta sexta-feira (03) com o deputado federal Ricardo Barros, o prefeito de Maringá, Carlos Roberto Pupin, e empresários que representam a Biocad Monoclonais, parceira privada do Instituto, para avaliar o andamento das obras de infraestrutura do Tecnoparque da cidade, onde a planta será instalada. Felix apresentou também a possibilidade de produzir novos medicamentos na mesma fábrica da cidade.O Tecpar concorre para fornecer ao Ministério da Saúde os biológicos Adalimumabe e Infliximabe, medicamentos usados para tratamento de artrite reumatoide, psoríase e outras doenças crônicas. Esta produção pode ocorrer via Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), mecanismo utilizado pelo Ministério para que laboratórios públicos produzam no País, em parceria com empresas privadas, medicamentos hoje importados.O instituto já tem garantida a produção de Bevacizumabe junto com a empresa russa Biocad. Para a produção de Adalimumabe e Infliximabe, o Tecpar concorre em parceria com o consórcio Biocad Monoclonais, formado pela representante brasileira da empresa, a Biocad Brasil, e a indústria farmacêutica Daudt, também brasileira.Felix ressalta que a fábrica do Bevacizumabe, que deve produzir o medicamento a partir de 2018, tem capacidade para fabricar os outros dois biológicos sem grandes ajustes na planta. “Os produtos que serão fabricados em Maringá são de alto valor agregado e vão gerar empregos especializados na região”, salienta.Para se tornar o fornecedor oficial do Adalimumabe, o Tecpar concorre com outros seis laboratórios públicos. Já em relação ao Infliximabe, o Tecpar disputa com outras cinco instituições. O resultado da concorrência deve ser divulgado pelo Ministério da Saúde até o final deste ano.
FUTURO – Caso o Tecpar vença a concorrência, os dois produtos devem ser comercializados a partir de 2018. “Essa é mais uma das ações do Instituto de interiorizar a sua atuação nos demais câmpus da instituição, levando pesquisa e desenvolvimento para todas as regiões do Estado”, destacou Felix.Para o vice-presidente da Daudt, Gustavo Daudt, a parceria com o Tecpar em Maringá é uma das prioridades da empresa. “Essa visita foi importante para conhecermos o terreno onde será construída nossa fábrica e para alinharmos os próximos passos da nossa parceria, que é estratégica e prioritária para a nossa empresa”, ressaltou.O prefeito Roberto Pupin informou à comitiva que a área onde será instalada a fábrica já conta com poços artesianos e que a rede de energia elétrica está em fase de implantação. "Vamos lançar a segunda etapa nas próximas semanas e liberar os projetos já aprovados para a primeira etapa. O investimento do Tecpar e do consórcio será importante para gerar empregos qualificados e atrair novas empresas de tecnologia", salientou Pupin.O deputado Ricardo Barros avalia que a região de Maringá tem muito a ganhar com a inclusão dos novos medicamentos no câmpus do Tecpar na cidade. "São produtos de alta tecnologia, que vão gerar empregos qualificados e atrair pesquisadores e cientistas para Maringá, desenvolvendo tecnologia de ponta nesta fábrica", analisou.
PRODUÇÃO DE MEDICAMENTOS – Além do Adalimumabe e do Infliximabe, o Tecpar atualmente concorre com outras três propostas de projeto para a produção de medicamentos e equipamentos da saúde, como a Somatropina, com a alemã Merck, o Salbutamol, com a britânica GSK, e o aparelho auditivo retroauricular e intra-aural, com a suíça Sonova.O Tecpar já atua em três Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). Além do Bevacizumabe, o Instituto desenvolve ainda a cola de fibrina, primeiro selante de fibrina obtido por rota biotecnológica, com produção 100% nacional e em desenvolvimento no campus CIC, em Curitiba. O Instituto participa também da Rede Cegonha, para a montagem de kits de medicamentos que tratam a mortalidade materna e neonatal.