ECONOMIA

Consumidor maringaense está mais endividado, segundo pesquisa

O grau de endividamento dos consumidores maringaenses está em patamares elevados. Foi o que constatou uma pesquisa realizada pela Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM) em parceria com o Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (DCO-UEM) e a Faculdade Cidade Verde (FCV).

Atualmente, 16,8% dos consumidores entrevistados estão com problemas de pagamento de suas contas em dia – em dezembro de 2013 este índice era de somente 6,3%, o que significa um aumento significativo de 10,5%.

De acordo com o economista responsável pela pesquisa, o professor Joilson Dias, se esse comportamento permanecer até o fim do ano, haverá cerca de 10% menos consumidores capazes de comprar a crédito no comércio da cidade, o que irá refletir diretamente nas compras de fim de ano e no desempenho do comércio em geral. “Essas pessoas estão com água, luz, telefone, carnê de lojas, prestações financeiras e outras compras em atraso”, comenta Dias.

A pesquisa apontou que, para 43,2% dos consumidores entrevistados, a falta de controle orçamentário adequado é a principal razão para as contas em atraso. Comprar por estímulo é segundo fator que mais leva ao atraso nas contas, representando 28,4% dos entrevistados. Os efeitos econômicos representados por queda da renda e perda de emprego aparecem em terceiro lugar, com 23,4%.

A razão para as compras por estímulo está associada ao cartão de crédito: 51% dos entrevistados possuem mais de um cartão de crédito. “A soma dos limites de cartões certamente ultrapassa a renda mensal, o que estimula as pessoas a comprarem acima do que é necessário”, explica Dias.

Como reflexo, 51% dos que possuem cartão de crédito possuem compras a prazo a pagar, com média de parcelas de R$ 466. “O cartão está estimulando as compras a prazo, mas também os atrasos nos pagamentos e aumentos da inadimplência”, diz o economista.

Entretanto, o presidente do Conselho de Comércio e Serviços da ACIM, Mohamad Ali Awada Sobrinho, diz que a partir da metade do mês de novembro, é natural que as pessoas procurem quitar suas dívidas para garantir crédito para as compras do fim do ano. “Por isso, apesar dos números demonstrados, o movimento dos consumidores em busca de regularizar dívidas nos posiciona otimistas com as vendas”, diz.