Abate no Paraná deve ocorrer em janeiro

O abate de animais no Paraná deve começar em janeiro. Essa era a posição que prevalecia na reunião entre técnicos do Ministério da Agricultura e do governo paranaense, reunidos ontem em Curitiba, para buscar uma saída negociada para o impasse criado pela divulgação, pela pasta, de foco de aftosa na fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira (norte do Estado), contestado pelo governo paranaense.

Após um dia de reunião, a previsão era que os debates se estenderiam ontem até depois das 23h.

Às 18h30, o secretário de Agricultura do Paraná e vice-governador, Orlando Pessuti, deixou a sala de debates para comunicar que o abate de animais irá acontecer após o dia 11, depois de o Conesa (Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária) ter dado o aval do setor do agronegócio paranaense para o acordo entre o Ministério da Agricultura e o Estado.

Os pontos dos acordo delineados até o fechamento desta edição mostram uma vitória dos técnicos do Ministério da Agricultura ligados ao setor dos exportadores.

Eles defendem o abate dos 2.212 animais da fazenda Cachoeira e o sorteio de animais para novos exames nas propriedades interditadas em Amaporã, Grandes Rios, Loanda e Maringá.

Caso os exames confirmem a não-existência do vírus nos locais, as propriedades seriam liberadas.

A proposta é a mesma defendida pelos exportadores.

Esse acordo que estava sendo negociado na reunião é uma tentativa de uma saída honrosa para o Paraná, que não aceitava foco de aftosa no Estado.

Pessuti conseguiu aprovar no debate a necessidade de o Conesa aprovar o sacrifício dos animais.

Pessuti vinha, desde a divulgação do foco, afirmando que não iria arcar sozinho com a decisão de sacrificar os animais. No Conesa, composto de 35 integrantes dos vários setores da cadeia da pecuária paranaense, a posição contrária ao sacrifício é minoritária.

O pecuarista André Müller Carioba, dono da fazenda Cachoeira, já disse à Folha que não aceitará "pagar o pato por um acerto econômico e político em uma questão técnica". Ele, tão logo seja oficializada a decisão pelo sacrifício dos animais de sua fazenda, irá à Justiça contra a medida.