TRÂNSITO

Campanha da Setran serve de modelo para Londrina

A partir de janeiro do ano que vem o setor responsável pela área de trânsito da Prefeitura de Londrina vai colocar em prática o projeto “Gente Viva na Faixa”.

A iniciativa é inspirada na campanha "Faixa: Tô Parando Nessa" adotada em Maringá para conscientizar condutores de veículos e pedestres a desenvolver uma convivência harmoniosa nas ruas e avenidas da cidade.

Exposta nas páginas dos principais órgãos de imprensa londrinenses com o título "Em Maringá uma revolução silenciosa", a informação diz que Londrina só não começou a campanha ainda porque as faixas de pedestre na cidade estão sem visibilidade.

"Mas a intenção é implantar um projeto semelhante ao de Maringá, onde a violência no trânsito preocupa mais a população do que a segurança pública", explica o diretor de Trânsito da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanismo (CMTU), Álvaro Grotti.

REVOLUÇÃO SILENCIOSA: as freqüentes reportagens divulgadas na imprensa londrinense informam também que para atacar os problemas de trânsito em Maringá, a administração municipal convocou para a Setran (Secretaria dos Transportes) o advogado e psicólogo Luís Miura, que operou uma verdadeira revolução no trânsito em Brasília quando era diretor de Trânsito na gestão do prefeito Cristóvão Buarque.

Em quatro anos, Miura baixou o número de mortes no trânsito de 800 para 400 anuais e a velocidade média nas ruas caiu de 85km/h para 55 km/h. “Depois dizem que não dá pra fazer milagre”, brinca o diretor.

Especialista em tráfego urbano e ex-coordenador nacional do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Luís Miura coleciona casos de mudança de comportamento dos motoristas e pedestres pelas cidades onde passou.

Hoje, Brasília é considerada exemplo no trânsito nacional, depois de uma longa batalha.

É com Miura que o diretor de Trânsito da CMTU de Londrina, Álvaro Grotti, se aconselha sempre que pode.

GENTE VIVA: a campanha maringaense “Faixa: Tô Parando Nessa” - que inspirou o projeto “Gente Viva na Rua”, a ser implantado em Londrina - foi lançada em setembro deste ano, na Semana Nacional de Trânsito.

Enquanto Londrina promovia apenas atividades oficiais, com palestras e orientações pontuais aos motoristas que acabaram junto com a data, Maringá deu o pontapé e começou a avançar para resolver o problema.

No centro de Maringá, Miura selecionou 22 faixas de pedestres sem semáforos, com problemas de travessia e atropelamentos.

Nelas, revitalizou a pintura e colocou grandes placas zebradas com destaque, alertando os motoristas de carros para o respeito aos pedestres.

Agentes e voluntários foram posicionados nos locais, explicando a importância da questão.

Em seguida, o projeto estendeu-se aos bairros, com mais 9 faixas revitalizadas.

Na semana passada, dois meses após o lançamento, uma nova fase começou com os mesmos alertas para os motociclistas respeitarem os pedestres.

Após o lançamento da campanha, a Setran começou a testar o comportamento dos motoristas posicionando agentes de trânsito à paisana nas faixas.

Quando se verifica que o motorista respeita o pedestre, o agente avisa, por rádio, a outro colega caracterizado, que se encarrega de parar o veículo mais à frente.

Quando pensa que levará uma bronca, o condutor é srpreendido com agradecimentos e cumprimentos dos agentes e voluntários por ter respeitado os pedestres, ganha um adesivo da campanha e até brindes.

“Multas por enquanto só em casos mais graves”, diz Bárbara Marchesini, gerente de tráfego e coordenadora do setor de educação e estatística da Setran.

RESULTADOS NOTÁVEIS: n período de janeiro a novembro deste ano o trânsito em Maringá matou 54 pessoas.

Mesmo assim, o índice já é 30% menor do que no ano passado, quando na mesma época Maringá contabilizou 77 óbitos.

Depois do lançamento da campanha, os atropelamentos em Maringá tiveram redução de 54% em relação a outubro do ano passado.

“Atacamos principalmente o centro onde pedagogicamente a informação se multiplica mais rápido”, explica Miura.

De acordo com o especialista, o foco da primeira campanha é o respeito ao pedestre, componente mais frágil do trânsito.

Em menos de um mês, 50% dos motoristas maringaenses já paravam diante de faixas onde não existem semáforos.

Outro resultado notável foi registrado no mês de novembro de 2005, quando ocorreu apenas uma morte por acidente de trânsito na área urbana de Maringá.

O número não era verificado desde maio de 2002 e foi menor que o registrado em setembro deste ano, quando ocorreram duas mortes por acidente de trânsito na cidade.

Depois da faixa de pedestres, a Setran de Maringá avançará sobre a velocidade nas ruas e o desrespeito aos semáforos.

Mais informações: 3901-1717 (Setran)

Pmm