CINEMA

Filme “Johnny Guitar” será exibido neste sábado (14) com entrada gratuita.

O projeto Um Outro Olhar exibe neste sábado (14), às 20 horas, o filme “Johnny Guitar” no Auditório Hélio Moreira. A entrada é gratuita e a classificação de 16 anos. Produzido em 1954 nos Estados Unidos a direção é de Nicholas Ray.

Criado em 2000, “Um Outro Olhar” tem a proposta da exibição de filmes clássicos, alternativos e contemporâneos de arte para a reflexão acerca de inúmeras questões que fazem parte da condição humana. O projeto conta com o apoio da secretaria de Cultura, Jornal O Diário, Maringá.com, Art Vídeo e patrocínio da Sociedade Médica e da Cocamar.

O coordenador do projeto, Paulo Campagnolo, comenta a obra. “Bem disse o meu mais que amado Godard: ′houve o teatro (Griffith), a poesia (Murnau), a pintura (Rossellini), a dança (Eisenstein), a música (Renoir). Daí em diante há cinema. E o cinema é Nicholas Ray′. Idolatrado pelos franceses, Ray (1911-1979) nunca encontrou ′seu lugar′ na América. E não seria exagero (ou romantismo exacerbado) dizer que o ′lugar′ de Ray é mesmo no coração. ′Johnny Guitar′ é o mais estranho, barroco, sexualmente histérico e inesperado western de todos os tempos. Não seria exagero dizer, ainda, que aqui a Ópera foi para o velho Oeste e encontrou razões inequívocas para ′fincar′ seu pé e disparar uma saraivada de eventos, cores e vozes que, passados 60 anos, continuam deixando perplexos os espectadores. Para aqueles que amam este filme, pouco resta a dizer - ele se torna um vício ao qual retornamos de tempos em tempos porque o assombro estará sempre lá, como uma droga que nos leva para ′lugares′ estranhos, sedutores, frenéticos. Para aqueles que ainda não o conhecem (e quase ouso dizer: dio santo! Mas em que planeta vocês estiveram este tempo todo?), é preciso uma entrega incondicional. Porque ′Johnny Guitar′ é um amálgama de paixões violentas, de cores vibrantes, de uma coreografia que nem o mais sublime musical poderia ser capaz, de inversões e de uma felicidade em relação ao cinema que não tem nome, não pode ser mensurada. A única coisa a ser feita é ajoelhar-se e deixar que as imagens fascinantes, e seus personagens em desvario, nos embriaguem ao ponto de perdermos o chão, o juízo, o senso. Não use drogas, caro espectador. Use ′Johnny Guitar′. Tenho certeza que será o suficiente para uma vida inteira”.