O engenheiro que trabalha na indústria de alimentos deve ser extremamente exigente com os parâmetros de qualidade e higiene dos produtos, além de acompanhar todas as etapas do processo. Isso porque, segundo o engenheiro químico e agente de fiscalização do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR), Tiago de Souza Godoi Júnior, a contaminação do produto por agentes físicos, químicos e biológicos pode gerar consequências graves para a saúde pública e para própria empresa.Exemplos como o envase de soda cáustica no lugar de suco de soja e de intoxicação de crianças com achocolatado, por produtos de limpeza, viraram notícia em todo o Brasil. O engenheiro explica que se trata de um ramo da indústria com legislação rigorosa, incluindo resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, normas da ABNT, legislações municipais e estaduais, além de normas regulamentadoras específicas de segurança alimentar (ISO 22000 e HACCP, ambas baseadas em normas internacionais sancionadas pela Organização das Nações Unidas – Codex Alimentarius). “Os produtos desta indústria alcançam todas as classes sociais, idades e locais, inclusive outros países, o que exige acompanhamento técnico em todas as etapas, desde a produção de matérias-primas, processamento e embalagem até a armazenagem e consumo do produto”, diz.Os diversos profissionais que atuam na área, a exemplo dos engenheiros químicos, de alimentos, de bioprocessos e biotecnologia, tecnólogos e técnicos em química ou em alimentos, devem estar atentos para evitar a contaminação nos alimentos e a existência de produto fora de especificação. O engenheiro de alimentos e conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia Química do CREA-PR, Maurício Rigo, explica que é preciso cuidar de todas as etapas de preparo e conservação de alimentos de origem animal e vegetal. “O profissional seleciona a matéria-prima, como o leite, carnes, peixes, legumes e frutas, e define a melhor forma de armazenagem, acondicionamento e preservação dos produtos, projetando embalagens. Cria e testa formulações, observando o valor nutricional dos produtos industrializados, seu sabor, sua cor e consistência”, esclarece.
As indústrias precisam estar registradas no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA). Os profissionais que atuam nas empresas devem emitir a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de cargo/função, podendo detalhar as informações (setor que trabalham e atividades da função) para fins de acervo profissional. Os profissionais que prestam serviços esporádicos também têm que emitir a ART referente ao contrato/serviço executado.
FiscalizaçãoA fiscalização neste e em outros tipos de indústria é regular e chama-se Fiscalização de Empreendimentos em Funcionamento (FEF). Durante a FEF, é verificado o exercício profissional tanto da empresa (quadro técnico) quanto dos prestadores de serviços, em todas as modalidades profissionais afetas ao Sistema CONFEA/CREA.Denúncias sobre irregularidades na área de Engenharia Química podem ser registradas pelo telefone 0800410067, pelo www.crea-pr.org.br, ou nos postos de atendimento no Estado do Paraná.