PESQUISA

Falta de controle nos gastos é principal causa de dívidas dos maringaenses.

Pesquisa realizada pelo Departamento de Pesquisa e Estatística da ACIM (Depea) mostra que, em junho de 2013, 10,7% das famílias de Maringá possuíam dívidas. Dentro deste montante, 5% têm contas com mais de três meses de atraso. Os grandes vilões dos orçamentos foram: gastos imprevistos (58%), compras descontroladas (15%), perda do emprego (13%) e renda diminuída (12%).

A quantidade de famílias com contas em atraso se manteve estável neste primeiro semestre, em torno de 10,0%. O crescimento ocorreu entre as famílias com contas atrasadas há mais de três meses. O percentual que era de 3,0% em fevereiro de 2013 subiu para 5,0% em junho. “Sinaliza que a inadimplência vem crescendo. Consequentemente, o percentual de pessoas com restrição de crédito cresceu na mesma proporção”, explica o economista responsável pelo levantamento, Joílson Dias.

A pesquisa aponta que a principal causa das dívidas é a falta de controle nos gastos. Imprevisto (leia-se gastos incompatíveis com a renda) ou pessoas que compraram mais que o esperado representam 73% dos consumidores com contas em atraso. “A origem deste problema é que os nossos consumidores não sabem administrar financeiramente seu orçamento. As famílias aprendem na prática, ou seja, comprando mais que deveriam e arcando, depois, com as consequências”, explica Dias.

A pesquisa mostra que o valor médio das prestações das famílias maringaenses é de aproximadamente R$ 590 para uma renda média de R$ 3.480, ou seja, aproximadamente 17% do orçamento familiar está comprometido com prestação de compras. “O problema do endividamento via crédito é que, passado o período inicial da satisfação com as compras antecipadas, vem a percepção de que o endividamento é de longo prazo, e que demandará mudanças no comportamento para honrar compromissos, e isso gera frustração, especialmente com a economia do País”.

Dias chama a atenção para o problema da inflação. “Hoje temos uma grande quantidade de consumidores com acesso a crédito, sem conhecimento educacional de como usá-lo. Crédito em demasia significa que haverá pressão de demanda e, portanto, inflação, o que é muito ruim para as classes mais baixas, que vêem seus ganhos reais devidos à baixa inflação do passado serem corroídos por expectativa de inflação futura maior”.

O levantamento foi realizado no mês de junho, ouvindo mais de 600 representantes de famílias de Maringá. As entrevistas foram aleatórias, respeitando a proporcionalidade na distribuição de bairros e renda familiar.