A conclusão dos trabalhos realizados no segundo dia do I Seminário Maringá Saudável é que a prevenção é a melhor solução para a saúde pública. Essa afirmativa surgiu após uma análise sobre os investimentos na área.Apesar da Constituição Federal determinar que os municípios apliquem no mínimo 15% do Orçamento Anual em Saúde, a realidade demonstra que só isso, não basta.Em Maringá, segundo observou o prefeito Silvio Barros durante os trabalhos, o investimento já atingiu 30% do orçamento, o que corresponde a cerca de R$ 90 milhões. "Mesmo assim, as pesquisas mais recentes mostram que a saúde continua sendo um dos problemas mais graves do município, ou seja, aumentar os investimentos não basta", observa o chefe do Executivo.Participaram do debate, mediado pelo prefeito de Maringá, o ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, o especialista em Patologia Clínica, Tsutomi Higashi e o assistente da diretoria de coordenação da Itaipu Binacional, Pedro Tonelli, que na oportunidade representou o titular da área, Nelton Friedrich.Para Silvio Barros, "os R$ 45 milhões de reais que estão sendo gastos a mais com saúde poderiam ser aplicados em outros setores e, com isso, melhorar a qualidade de vida das pessoas". Cássio Taniguchi, que implantou o programa Cidade Saudável em Curitiba, disse que "para melhorar o setor de saúde é necessário investir em outras áreas e levar os projetos até a população, através de campanhas de conscientização". O ex-prefeito de Curitiba cita como prioridades as mudanças nos hábitos alimentares, ações sociais, investimentos na cultura, no esporte e no lazer.
"Cada real aplicado no esporte e no lazer, significa uma economia de três reais gastos na recuperação da saúde da população", disse.Para Tsumtomi Higashi, que também é pesquisador em Desintoxicação e Terapia Ortomolecular, cada cidadão é responsável pela sua saúde. "Mas, sempre é mais fácil colocar a culpa nos administradores públicos".O pesquisador observou ainda que "temos de ter consciência de como vivemos, desde a hora que acordamos, até a hora de dormir. Porque a qualidade do sono é reflexo do dia que tivemos e, é à noite, que ganhamos energia".Higashi concorda que existem as responsabilidades do poder público em relação à saúde da população, mas faz uma afirmação contundente. "A Prefeitura não administra a nossa boca, somos nós que administramos".Pedro Tonelli fez uma explanação do projeto "Cultivando Águas Boas", implantado pela Itaipu Binacional e que tem uma preocupação com o lado social das ações nos municípios que foram afetados pela construção da usina, responsável por 25% da energia elétrica brasileira e que movimenta 60% da economia. "Se não houver a preocupação com o lado social, com as pessoas e o meio ambiente, certamente teremos cidades doentes e não cidades saudáveis", concluiu.