AÇÃO SOCIAL

Paraná cria sistema de rastreamento de alimentos de origem vegetal

Paraná cria sistema de rastreamento de alimentos de origem vegetal
Paraná cria sistema de rastreamento de alimentos de origem vegetal.
O Paraná está desenvolvendo um sistema que permitirá rastrear, de forma pioneira no País, os produtos vegetais de consumo humano, com o objetivo de garantir maior segurança ao consumidor, monitorando, por exemplo, os resíduos de agrotóxicos. O rastreamento será feito a partir de uma etiqueta-padrão, com dados sobre o tipo de produto, nome do produtor, validade, peso líquido, data e lote de consolidação do alimento. Uma resolução conjunta entre as Secretarias da Saúde e da Agricultura está em fase de finalização e obrigará a rotulagem desses alimentos.

Nesta sexta-feira (31), o Comitê Gestor Alimento Seguro apresentou em Curitiba, durante o Simpósio de Direitos do Consumidor, os primeiros avanços do grupo, que trabalha para garantir maior segurança aos produtos vegetais de consumo humano no Estado.

O trabalho de fiscalização da qualidade é dificultado pela impossibilidade de identificar a origem do produto nas gôndolas dos mercados, segundo o chefe da Vigilância Sanitária Estadual, Paulo Costa Santana. “Nosso objetivo é criar mecanismos de rastreamento de todas as frutas, verduras e legumes produzidos no Paraná”, disse.

Hoje os agrotóxicos são a segunda maior causa de intoxicações registradas no Brasil. Isso se deve principalmente à utilização de agrotóxicos proibidos ou em altas concentrações durante o cultivo de alimentos vegetais, como frutas, verduras e legumes. Nos últimos anos, o Brasil se tornou um grande mercado para as empresas deste ramo. O país é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, ultrapassando os Estados Unidos.

Segundo o promotor de Defesa do Consumidor, Maximiliano Deliberador, a dificuldade em se rastrear a origem do produto também criava a sensação de impunidade quando alimentos contaminados eram encontrados. “Apesar de podermos responsabilizar qualquer ente da cadeia produtiva, não resolveríamos o problema na sua origem”, explicou.

Com o sistema de rastreabilidade, pioneiro no País, os alimentos colocados nas gôndolas dos mercados deverão conter informações que identifiquem os responsáveis por sua produção e cultivo.

ANÁLISES – O Governo do Estado já iniciou um programa próprio de análise de produtos em propriedades rurais e Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa). Neste primeiro momento cinco frutas serão monitoradas: banana, maçã, morango, mamão e uva. Foram coletadas 57 amostras de alimentos, das quais quatro estavam fora dos padrões aceitáveis. “As análises foram feitas pelo laboratório do Tecpar e continham índices altíssimos de substâncias químicas nocivas à saúde”, enfatizou Santana.

Até o final do ano, o Laboratório Central do Estado (Lacen) será responsável pela realização de todos exames do Programa Estadual de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos. Atualmente o Lacen está em reforma e por isso sua capacidade está reduzida.

COMITÊ – Formado por diversos órgãos que de alguma forma têm interface com a cadeia produtiva e comercial dos alimentos vegetais no Paraná, o comitê foi instituído a partir de um termo de cooperação técnica firmado entre o Ministério Público do Paraná e as Secretarias de Estado da Saúde e da Agricultura e do Abastecimento.