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Pacote federal causou surpresa e indignação ao Paraná, diz Richa Filho

O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, afirmou nesta quinta-feira (16/08) que a falta de obras e projetos prioritários para o Paraná no Programa de Investimento em Logística do governo federal causou surpresa e indignação ao Estado.

“O governador Beto Richa já solicitou audiência com a presidente Dilma Rousseff para entender o que está acontecendo”, informou o secretário, lembrando que deve haver uma grande mobilização estadual para defender os interesses paranaenses. “Nós temos três ministros que podem ser aliados na luta pelo Paraná, pois estão ao lado da presidente”.

“Além de não estarmos contemplados, o que nos parece é que estamos sendo prejudicados”, afirmou Richa Filho ao avaliar os mapas que indicam quais projetos serão desenvolvidos no pacote federal. Ele disse ainda que o Ministério dos Transportes conhece todas as demandas do Paraná na área de logística.

O secretário relatou encontro ocorrido em Curitiba, no último dia 29 de março, quando o ministro Paulo Passos recebeu um documento do Fórum Futuro 10 Paraná – integrado por diversas entidades de representação e pelo governo estadual – onde foram detalhados os maiores gargalos do Estado.

Outra questão apontada pelo secretário diz respeito à competência técnica do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) no Paraná. “Temos um excelente diálogo com o DNIT no nosso Estado, que tem técnicos preparados e que conhecem muito bem a nossa realidade”, afirmou.

FERROVIAS - Para Richa Filho, os dois projetos ferroviários que aparecem no programa nacional precisam ser melhor detalhados, pois se contrapõem a tudo que vem sendo discutido com a União desde o ano passado.

Segundo ele, em uma análise preliminar, o governo federal está ignorando a existência da Ferroeste e a capacidade do Porto de Paranaguá e propondo a construção de uma ferrovia paralela e concorrente que pode provocar migração de cargas para outro terminal.

A ligação Maracaju/Guaíra/Cascavel/Paranaguá, já discutida entre Paraná e Mato Grosso do Sul e para a qual a Valec S.A. anunciou a contratação de estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, não foi considerada. “Para nossa surpresa veio tudo diferente daquilo que estávamos ajustando há um longo tempo”.

Pelo plano divulgado, o traçado sai de Maracaju e chega a Cascavel, provavelmente por Porto Camargo, e dali segue até Mafra, em Santa Catarina. “Para entender isso estamos tentando mais detalhes junto ao governo federal”, afirmou o secretário da Infraestrutura.

Outro projeto ferroviário também é diferente daquilo o Estado necessita. O trecho proposto no plano da União desce de São Paulo e também chega a Mafra, mas não há detalhes. O governo estadual e produtores paranaenses defendem a construção de um ramal da ferrovia Norte-Sul passando pela região de Maringá e Campo Mourão, Cascavel e pelo Sudoeste do Estado até a divisa com Santa Catarina.

ESTRADAS - Com relação à obras rodoviários, o secretário disse que existem diversos problemas em estradas federais que não foram considerados e são essenciais para a economia do Paraná e do Brasil. Ele citou a necessidade de melhorias na BR-163, na região Oeste, que precisa ter a capacidade de tráfego aumentada. Outra demanda é a implantação do trecho da BR-158, entre Alto do Amparo e Imbituva, que é as unica parte da rodovia que ainda não saiu do papel. A Estrada Boiadeira (BR-487) e a Transbrasiliana (BR-153) também foram citadas pela importância que tem para a ligação entre o Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.