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Projeto discute enfrentamento da violência contra LGBTs

O professor Murilo Moscheta, do Departamento de Psicologia (DPI/UEM), está organizando dois encontros públicos em Maringá, nos dias 3 e 5 maio, com objetivo de dialogar sobre possibilidades de enfrentamento da violência e discriminação contra gays, lésbicas, bissexuais e trangêneros. "Entendemos que a violência contra a população LGBT é um problema complexo e as soluções que têm sido propostas são polêmicas", afirma Moscheta.

"Para que possamos compreender as diversas implicações do problema e das soluções que tem sido propostas, é necessário ouvir a voz dos diferentes atores sociais, tais como: a própria população LGBT, comerciantes, representantes de instituições religiosas, do poder público, do direito, da segurança e da educação. Devido aos diferentes lugares que estas pessoas ocupam, suas compreensões do problema são também variadas. Contudo, raramente as pessoas encontram espaço para conhecerem e expressarem compreensões diferentes sem transformar a conversa em uma estéril disputa de opiniões”, acrescenta o professor.

A proposta de Moscheta é, então, desenvolver uma técnica de facilitação de diálogos em grupo que ofereça aos participantes a possibilidade de conhecer opiniões diversas e ao mesmo tempo serem efetivamente ouvidos. A metodologia escolhida para a organização dos encontros foi desenvolvida pelo Projeto de Conversações Públicas (PCP), uma organização sem fins lucrativos (http://www.publicconversations.org), fundada em 1989 e localizada em Watertown, Massachusetts, nos Estados Unidos. A técnica busca a promoção de diálogos sobre temáticas que são polarizadoras em termos de posicionamentos e opiniões em determinadas comunidades, buscando desenvolver ou promover novas formas de ação.

“Entre as temáticas já trabalhadas pelo PCP, com resultados bastante positivos estão as questões como o aborto, a administração florestal, as diferenças religiosas, o casamento de pessoas do mesmo sexo, o uso de animais em pesquisas científicas, além dos conflitos no Oriente Médio”, esclarece o professor da UEM.

Moscheta está convocando os interessados em participar das discussões. Serão dez pessoas por encontro, em Maringá. Estão convidados membros de associações ligadas ao tema LGBT, autoridades religiosas e políticas, representantes das instituições de segurança pública, dos serviços públicos de atendimento em saúde à população LGBT e das instituições educacionais, além de líderes comunitários.