SAÚDE

Paraná tem 39 municípios com médio e alto risco de epidemia de dengue

Trinta e nove municípios do Paraná apresentam risco de ocorrência de epidemia de dengue. A informação consta do levantamento do índice de infestação do Aedes aegypti no Paraná (Liraa), realizado em 59 municípios e divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde durante a 8ª reunião do Comitê Gestor Intersetorial de Combate à Dengue, realizada na segunda-feira (28) em Curitiba. O risco de epidemia é apontado como alto em quatro municípios e médio em 35 (veja lista abaixo).

O levantamento do índice de infestação predial é realizado pelos agentes de controle de endemias seguindo a metodologia do Programa Nacional de Controle da Dengue. Os agentes visitam os imóveis (de acordo com uma distribuição feita por amostragem) à procura de larvas do mosquito da dengue e atribuem o índice conforme o número de criadouros em cada grupo de cem. Por exemplo: um índice de 2% indica que a cada 100 imóveis, em dois foram encontrados criadouros com larvas do mosquito Aedes aegypti.

“Os maiores problemas são o acúmulo de materiais que retêm água, a falta de aterros sanitários e a separação e destino adequado dos materiais recicláveis”, disse o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde, Sezifredo Paz. Os representantes das regionais de saúde apontaram a necessidade de parceria entre órgãos da área do meio ambiente e Ministério Público para enfrentar a situação, que envolve aspectos ambientais e de saúde pública.

INSETICIDAS – Outro tema tratado na reunião foi o uso de inseticidas no combate ao mosquito transmissor da dengue. O agrônomo sanitarista Paulo César da Silva, do Ministério da Saúde, disse que a prática apresenta riscos. “Existem poucos princípios ativos para utilização no combate ao mosquito e eles devem ser usados com critério, porque o uso indiscriminado pode provocar resistência e resultar numa ação pouco efetiva contra a dengue”, alertou.

Com base em informações extra-oficiais sobre a distribuição de inseticida doméstico a famílias de Foz do Iguaçu, o comitê sugeriu que representantes do município sejam convidados para a próxima reunião. “Como essa estratégia não faz parte das diretrizes preconizadas pelo Ministério da Saúde para o controle do mosquito, vamos convidá-los para apresentar o embasamento técnico de sua proposta de ação”, disse Sezifredo Paz.

O médico veterinário Eric Koblitz, da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, apresentou um jogo eletrônico desenvolvido por ele que simula situações encontradas por agentes de endemias no controle do vetor da dengue. “O jogo, voltado para crianças e jovens, está em fase de testes em eventos da prefeitura e pretende estimular a população a identificar e eliminar criadouros do mosquito”, explicou Eric. Segundo ele, o jogo será disponibilizado no site da prefeitura de Curitiba e poderá ser utilizado por outros municípios que queiram usar a ferramenta.

NÚMEROS – O quarto informe técnico deste novo período da dengue (de agosto a novembro) relata 119 casos confirmados da doença no Paraná, dos quais 101 autóctones (em que a contaminação ocorreu no município) e 18 importados. A sala de situação da dengue passou a considerar o ano epidemiológico da doença que vai da 31ª semana de 2011 (agosto) à 30ª semana de 2012 (julho) porque leva em conta a curva epidêmica da doença e não o ano cronológico.

Também foi divulgada a confirmação de uma morte por dengue na cidade de Cornélio Procópio, em abril deste ano. “O caso estava em investigação e só teve o diagnóstico confirmado na semana passada”, relatou técnico Ronaldo Trevisan, do programa de combate à dengue da secretaria. Desta forma, no ano epidemiológico 2010/2011 foram confirmadas 15 mortes por dengue no Paraná. A secretaria descartou a dengue hemorrágica como causa de um caso registrado em Londrina no início de novembro, que na época teve ampla divulgação como associado à doença.

Municípios com maior risco de epidemia de dengue no Paraná, de acordo com o levantamento do índice de infestação do Aedes Aegypti (Liraa)

Alto risco (igual ou superior a 4%)

Guaíra – 5,6%

Capanema – 5,3 %

Loanda – 5,3%

Nova Londrina – 4,4%

Médio risco (entre 3,9% e 1%)

Medianeira

Iporã

Marechal Cândido Rondon

Mamborê

Rondon

Paraíso do Norte

Matelândia

São Pedro do Ivaí

Icaraíma

Nova Aurora

Tapejara

Paranavaí

Sarandi

Palotina

São João do Ivaí

Cianorte

Cidade Gaúcha

Nova Esperança

Porecatu

Goioerê

Umuarama

Assis Chateaubriand

Toledo

Quedas do Iguaçu

Sertanópolis

Santa Helena

Barracão

Missal

Florestópolis

Rolândia

Santa Terezinha do Itaipu

Altônia

Cruzeiro do Oeste

Paiçandu

Jardim Alegre